Logo após um Carnaval marcado por protestos em clima de folia em muitas cidades, a torcida para a escola de samba Paraíso do Tuiuti tende a se transformar numa espécie de manifestação coletiva de rua, no Rio de Janeiro, e pelas redes sociais, em todo o país, contra a reforma da Previdência.
A movimentação também questiona o governo de Michel Temer e as demais emendas constitucionais já aprovadas, entre elas a que eliminou dezenas de direitos nas leis trabalhistas. A apuração do carnaval carioca, na tarde desta quarta-feira (14), começa às 15h30, na Praça da Apoteose, inicialmente com a contagem dos votos dos jurados para o grupo de acesso.
Postagens convocando um protesto no Sambódromo durante a apuração já vinham circulando pelas redes sociais antes mesmo do desfile. Mas multiplicaram-se a partir da imensa repercussão da passagem pela avenida da agremiação de uma favela em morro homônimo no bairro de São Cristóvão.
A escola levou para a Marques de Sapucaí críticas diretas ao governo Temer – inclusive com um destaque fantasiado de vampiro e com faixa presidencial –, à reforma trabalhista, associada à exploração dos trabalhadores e à escravidão. Os manifestantes que foram às ruas com o ‘pato da Fiesp’, no processo que levou Temer à Presidência, foram representados como fantoches.
Embora a torcida pela escola seja grande e haja até quem a veja disputando o título, muita gente receia que ela seja rebaixada. A agremiação sofreu boicote evidente da TV Globo, detentora oficial dos direitos de transmissão do desfile. As convocações que circulam nas redes sociais para a apuração indicam concentração na av, Presidente Vargas, entre as 14 e 15 horas.
Para a segunda-feira (19), já estão marcados atos em todas as regiões do país e na capital federal contra a PEC da Previdência. O governo vem declarando que pretende votar a PEC 287/2016 até o dia 28 de fevereiro.