Textos para a Tribuna de Debates do Sindicato poderão ter tamanho livre


23/05/2018 - Luciana Araujo

Atendendo a pedidos de servidores, a diretoria do Sindicato deliberou alterar um dos critérios da Tribuna de Debates aberta para análises da situação política do país e suas implicações para a categoria. Os textos, que poderão ser enviados entre 1º e 10 de junho, não serão mais limitados a 3 (três) mil caracteres, podendo ter o tamanho que os signatários desejarem.

O Sindicato receberá contribuições individuais ou coletivas, mas cada servidor pode assinar apenas um texto adequado ao temário proposto.

Os artigos devem ser enviados ao e-mail <[email protected]> a partir de 1º de junho e até às 23h59 do dia 10. A publicação dependerá de confirmação do recebimento da contribuição por parte do Sindicato, que se dará também por e-mail em resposta ao servidor, no dia 11 de junho.

Os textos devem ser enviados já revisados e com título, linha fina (resumo em até três linhas do conteúdo), subtítulos e assinaturas. Não serão publicados textos que contenham manifestações racistas, machistas, homofóbicas, de intolerância religiosa ou outras vedadas pelos artigos 4º e 5º, inciso XLII da Constituição Federal e pela Lei 7716/89.

Todas as contribuições serão publicadas no site e debatidas em atividade específica no dia 16 de junho (sábado), às 10 horas, no auditório do Sindicato, antes da assembleia extraordinária que elegerá a delegação à Plenária Nacional da Fenajufe (saiba mais aqui).

Iniciativa fortalecer a ação sindical

A proposta de abrir uma Tribuna de Debates na página do Sindicato na internet surgiu em virtude da complexa realidade nacional. Um governo ilegítimo completa dois anos avançando na retirada de direitos – com a Emenda Constitucional 95, a reforma trabalhista, a lei que amplia as terceirizações e outras medidas similares.

A corrupção sistêmica exposta pela Operação Lava Jato virou o centro do debate nacional desde 2015. E a comoção gerada pela Operação levou à derrubada de uma presidenta e à prisão de um punhado de empresários e de um ex- -presidente – em julgamento no qual até mesmo militares do Alto Comando do Exército se sentiram à vontade para agitar bravatas visando pressionar o Supremo Tribunal Federal.

A recessão fez o Brasil voltar ao mapa da fome e o desemprego atingir 12,7 milhões de brasileiros.

A violência urbana segue em alta e, diante da ausência de efetiva política de segurança pública cidadã, populações pobres têm seus direitos violados permanentemente. E, em meio a uma inédita intervenção militarizada no Estado do Rio de Janeiro, uma vereadora e o motorista que conduzia o carro da parlamentar foram executados  – ao que tudo indica, numa ação conduzida por milicianos (ex-agentes das polícias e Corpo de Bombeiros do Rio que passaram a atuar como bandos criminosos) em associação com políticos denunciados por suas relações com ilícitos.

E no dia 12 de maio veio à tona o escândalo internacional da comprovação de que as torturas e assassinatos durante a ditadura empresarial militar era comandada desde o Palácio do Planalto. A divulgação de um memorando da Agência de Inteligência norte-americana, a CIA, relatando que o general Ernesto Geisel usava como política de Estado a execução de “subversivos” pode resultar em novo movimento pela revisão da Lei da Anistia, de 1979. Geisel presidiu o país entre 1974 e 1979 e até a divulgação do documento da CIA era apontado como o condutor da “abertura lenta, gradual e segura”.

Ao mesmo tempo, os trabalhadores em luta derrotaram a tentativa do governo Temer aprovar ‘reforma’ da Previdência ainda no ano passado (embora o tema ainda seja uma cobrança do mercado). Além de fazer o STF suspender os efeitos da Medida Provisória 805 (que aumentava a alíquota de desconto previdenciário dos servidores e adiava reajustes já previstos em lei nas categorias do Poder Executivo).

A pressão popular também fez o Congresso Nacional não votar outra MP – a 808 –, que regulamentava a ‘reforma’ trabalhista.

Debater o país para fortalecer as lutas

Para a diretoria do Sintrajud, o momento exige dar continuidade às lutas de resistência contra a aprovação de projetos como a ‘reforma’ da Previdência, os aumentos abusivos dos planos de saúde e da alíquota da contribuição previdenciária, e os ataques generalizados aos direitos trabalhistas. Além de fortalecer a organização da base, que possibilitou a construção da greve geral em 28 de abril do ano passado e demais mobilizações ao longo do ano.

Por isso, o Sindicato chama a categoria a refletir sobre a atual situação do país e os principais elementos da conjuntura.

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