Tereza de Benguela será homenageada em live nesta quinta, 23


22/07/2020 - Shuellen Peixoto
Transmissão acontece a partir das 11h, será um debate sobre a realidade da mulher negra na sociedade e lembrará o Dia da Mulher Negra Latino-americana, comemorado em 25 de julho.

As desigualdades sociais e raciais enfrentadas pelas mulheres negras na sociedade e no Judiciário serão debatidas na 38ª live do Sintrajud, que acontece nesta quinta-feira, 23 de julho, às 11h, com transmissão no Facebook e no YouTube e aqui pelo site.

O objetivo é debater a invisibilização e o racismo estrutural na vida das mulheres negras. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), em 2019 uma mulher negra precisou trabalhar 55 minutos a mais para receber o mesmo que um homem branco ganhou em uma hora. As mulheres negras também são a maioria entre os desempregados e nos trabalhos mais precarizados.  Em cargos de chefia e entre os parlamentares, apenas 2,3% deputados federais são negras, e não há nenhuma entre as senadoras que se autodeclare negra.

O bate-papo virtual também marcará a homenagem ao Dia da Mulher Negra Latino-americana e de Tereza de Benguela: 25 de julho. Instituído no I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, a data tem por objetivo destacar que elas são o segmento social mais marcado pelas desigualdades verificadas nas sociedades contemporâneas, mas também preservam e reforçam cotidianamente uma história de resistência e lutas contra o racismo patriarcal (conceito que busca explicar como as diferenças de acesso a direitos são componentes estruturantes de uma sociedade que hierarquiza vidas com base nos papéis sociais de gênero, raça, etnia e classe social).

No Brasil, desde 2014 a efeméride resgata também a história da primeira mulher a comandar um quilombo – território de resistência à escravização e embriões de organizações sociais de tipo republicano, não centralizados e hierarquizados com base em critérios dinásticos. Tereza de Benguela foi reconhecida na historiografia como líder do Quilombo do Quariterê, atual Estado do Mato Grosso, por ao menos quatro décadas.

A transmissão ao vivo terá a participação da advogada Cristiane Anizeti, pesquisadora na área de direitos humanos, trabalho e previdência; da socióloga Luciana Barrozo, servidora do TRT-2; da diretora de base Raquel Morel, do TRE; além das diretoras do Sintrajud Luciana Carneiro, do TRF-3, e Maria Ires Graciano, do JEF/Capital.

Acompanhe a live no Facebook, no YouTube ou aqui no site e participe, traga suas dúvidas e propostas. Durante a transmissão é possível fazer comentários e obter esclarecimentos sobre o tema. As lives ficam disponíveis para consulta posterior. Assista a todas que já aconteceram aqui.

Marcha das Mulheres Negras

O dia 25 de julho também é marcado pela Marcha das Mulheres Negras em São Paulo, quando milhares de pessoas reúnem-se pelas ruas do centro da capital paulista desde 2016 para denunciar as violências potencializadas pelas condições de gênero e raça impostas no Brasil à população negra. O Coletivo de Mulheres do Sintrajud participa da Marcha e realiza atividades para marcar o Dia de Tereza de Benguela desde a sua fundação.

Em virtude da pandemia do novo coronavírus e da necessidade de isolamento social, este ano a já tradicional Marcha das Mulheres Negras não acontecerá presencialmente. No entanto, a data será marcada por atividades transmitidas pela página da Marcha das Mulheres Negras. Confira a programação e participe.

 

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