Para tratar das especificidades do segmento e fortalecer a unidade da luta pelo plano de cargos, carreira e salários (PCCS) com retomada da sobreposição na tabela salarial (retirada da categoria em 2002), foi criado, em reunião no último dia 3 de agosto, o Núcleo de Técnicos e Técnicas Judiciários/as do Sintrajud. Na oportunidade, o grupo composto por servidores da Grande São Paulo, interior e Baixada Santista definiu por realizar encontros mensais, inicialmente de forma híbrida. Os encontros serão também um espaço, conforme reivindicação da categoria, de formação e organização das lutas.
Foi destaque a necessidade de retomada da sobreposição das tabelas salariais, assegurando uma proporção Técnico/Analista na ordem de 79% (piso) e 85% (teto) e Auxiliar/Técnico de 75% (piso) e 81% (teto), para corrigir a injustiça desses colegas realizarem várias atividades exigidas ao nível superior e terem perdido uma política que evitava disparidades salariais que estimulam a evasão da carreira sobrecarregando quem fica.
Os e as participantes deliberaram por realizar reuniões mensais, de forma híbrida (presencial e on-line) para garantir maior participação do segmento. Outros critérios organizativos serão construídos de forma coletiva nas próximas atividades. Entre os temas a serem aprofundados está o papel do Núcleo na formação do segmento.
O próximo encontro do Núcleo de Técnicos e Técnicas Judiciário/as vai ocorrer em setembro, em data a ser articulada com os e as participantes. As propostas de pauta podem ser encaminhadas para o e-mail nucleo.tecnicos@sintrajud.org.br.
A primeira reunião, no dia 3 de agosto, contou com a participação de dirigentes da Fenajufe. O coordenador da Federação Fabiano dos Santos falou aos colegas contextualizando a luta nacional pela unidade da categoria e entre os cargos, reforçando que “sem pressão, o PCCS não vai avançar. Por isso, é fundamental dar continuidade à mobilização iniciada no dia 20 de junho”, disse, denunciando a política das administrações de “tudo para os juízes, nada para os servidores”.
Anna Karenina, técnica e diretora do Sindicato, salientou que é preciso fortalecer a luta para exigir do Supremo e do governo a inclusão dos servidores do PJU no orçamento público, pois “dinheiro, tem”.
Na reunião, vários colegas reafirmaram a necessidade da ampla participação presencial nos atos e reuniões, pois no virtual não há mobilização e tampouco se faz a luta. “Que nas próximas atividades do núcleo, as/os colegas ocupem o auditório da sede do Sintrajud e também as ações de mobilização e atos de luta pelo PCCS e direitos”, reforçou Anna Karenina, que é servidora da Justiça Federal.
A diretora Ana Luiza Figueiredo (aposentada do TRF-3) lembrou aos colegas que, até o momento, não houve avanços nas negociações do projeto, enquanto os juízes vêm se autoconcedendo uma série de benefícios. “Não podemos aceitar o argumento falacioso de que não há orçamento. O nosso país arrecada trilhões, o problema é que na hora de dividir esse recurso se tira dos trabalhadores e do serviço público para garantir o pagamento da dívida pública e manter privilégios”, criticou, parabenizando a criação do Núcleo.
Avaliação
Para Sandra Regina Tirlone, da Justiça Federal de Santos, o espaço é fundamental, e precisa da ampla participação do segmento. “Estamos defendendo a reestruturação de carreiras e a sobreposição”, apontou, destacando que “a gente precisa se mobilizar, colocar para os nossos colegas analistas que nós não queremos tirar direito de ninguém. Queremos a valorização de nossa categoria”, ponderou.
Outra que parabenizou a iniciativa da diretoria foi Luciana Maria de Souza, também da Justiça Federal de Santos. A servidora, filiada ao Sintrajud há quase 30 anos, realçou a importância do Sindicato nos processos de luta pelo plano de cargos e carreiras. Para ela, o Sindicato é o único representante da categoria capaz de encaminhar as principais lutas do conjunto das servidoras e servidores. “Não podemos abdicar da experiência da nossa entidade sindical, por isso defendo a sindicalização, sobretudo nesse momento em que precisamos intensificar as mobilizações”.