Sob chuva, SP tem primeiro ato em 2020 contra políticas do governo Bolsonaro


03/02/2020 - Luciana Araujo

Em uma manifestação realizada pelas nove centrais sindicais brasileiras nesta segunda-feira (3 de fevereiro) pela manhã, trabalhadores de setores públicos e privados marcaram o início das mobilizações unitárias contra as medidas do governo Jair Bolsonaro. A direção do Sintrajud participou do ato, que deu o pontapé para a organização do 18 de Março: Dia Nacional de Paralisações, Mobilizações, Atos, Greves e outras ações que evidenciem de Norte a Sul do país a indignação com os ataques a direitos.

Marcada em cima da hora devido à visita do presidente da República à sede da Federação das Indústrias (Fiesp), a manifestação não foi tão grande, mas mesmo sob uma chuva forte os participantes caminharam do vão livre do Masp até a quadra do palácio empresarial, sob pressão de um forte aparato da Polícia Militar do estado.

A ‘reforma’ da Previdência (emenda constitucional 103) aprovada no ano passado, as propostas de emendas constitucionais que integram o chamado plano ‘Mais Brasil’ (PECs 186, 187 e 188), a medida provisória 905 – que permite contratações à revelia da legislação e a ameaça de ‘reforma’ administrativa para extinguir a estabilidade no serviço público foram os principais alvos do ato. O fechamento de postos de trabalho em decorrência da crise econômica e da falta de políticas anticíclicas do governo também foi tema do ato, que denunciou a desindustrialização do país. No primeiro semestre de 2019, ao menos 2.235 indústrias fecharam as portas no estado de São Paulo.

Inês durante o ato, na manhã desta segunda (Arquivo Sintrajud).

“O ato de hoje unificou todas as centrais na luta por emprego, era um ato por emprego, realizado no dia de hoje por conta da visita do [presidente Jair] Bolsonaro à Fiesp. Foi bastante importante, mas foi o início de uma mobilização que precisa crescer, se expandir. Como foi colocado pelos repersentantes da CSP-Conlutas presentes ao ato, é necessário construir uma greve geral que dê respostas ao problema do emprego, do meio ambiente, às questões dos setores oprimidos que têm sido duramente atacados nesse governo, às questões dos povos originários. É preciso uma resposta global a um projeto global que está sendo apresentado pelo Bolsonaro à sociedade. Um projeto que objetiva a destruição dos serviços públicos, mais ataques aos servidores públicos. Nessa semana está previsto o envio da ‘reforma’ administrativa ao Congresso Nacional, além das PECs que já foram apresentadas no final do ano passado e significam sérios ataques. É preciso avançar, dar continuidade à mobilização, rumo à construção de uma greve geral”, aponta a diretora do Sintrajud e servidora do TRT-2 Inês Leal de Castro.

A próxima data no calendário unificado é o dia 12 de fevereiro, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados. O Sintrajud mais uma vez estará presente. Desde o ano passado a diretoria da entidade vem participando da construção da agenda de mobilização em defesa dos direitos e contra a redução salarial, entre outras pautas.

Confira abaixo o calendário aprovado pelas centrais sindicais, a Fenajufe e a direção do Sintrajud, que será debatido na assembleia estadual do próximo sábado (8 de fevereiro), às 14 horas, no auditório do Sindicato (Rua Antônio de Godói, 88, 15º andar, Centro da capital paulista). Às 9h, no mesmo local, o Fórum dos Trabalhadores do Setor Público no Estado de São Paulo discute as atividades que vão preparar o dia 18 de março.

12/2 – Atividade do conjunto da classe trabalhadora no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados;
6/3 – Reunião ordinária da diretoria executiva da Fenajufe;
7/3 – Reunião ampliada da Fenajufe;
8/3 – Participação nas atividades do Dia Internacional da Mulher nos estados;
18/3 – Indicativo de Dia Nacional de Greve, Paralisação, Mobilização e Protestos da Classe Trabalhadora

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