SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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JJ - Edição 69 - 17/09/2001 - Página 8

CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA EXIGE REPOSIÇÃO SALARIAL

Caravanas levam servidores para semana de protestos em Brasília
Judiciário vai participar das manifestações previstas para dias 19 e 20 na capital * Servidores vão exigir abertura das negociações gerais * Dia 12 houve protestos em 6 capitais do país

Os servidores públicos federais preparam para semana de 17 a 21 de setembro uma série de atividades em Brasília. O Judiciário Federal vai participar e deve levar à capital do país a luta pela revisão do Plano de Cargos e Salários e pelos atrasados dos 11,98%.
Estão sendo organizadas caravanas para levar servidores de parte dos estados do país a Brasília. O ponto alto dos protestos ocorrem nos dias 19 e 20, com manifestações conjuntas nas imediações do Congresso, do Palácio do Planalto, dos ministérios e dos tribunais superiores.
O objetivo é pressionar o governo pela abertura das negociações em torno da reposição salarial e forçar os parlamentares a assumirem a responsabilidade que também têm na situação dos servidores. No dia 5 de setembro, foi realizada uma sessão especial na Câmara sobre o reajuste salarial do funcionalismo. Depois, parlamentares, servidores e trabalhadores rurais saíram em passeata até o Palácio do Planalto, onde protocolaram um pedido de audiência com Fernando Henrique. Eles foram recebidos com violência pela Guarda Presidencial. O presidente se recusa a receber os grevistas e teria designado o ministro Martus Tavares (Planejamento) para essa tarefa.
Na quinta-feira passada, o ministro recebeu os servidores e descartou reajuste superior aos 3,5% anunciados. Tavares disse que os parlamentares teriam que indicar a fonte de receita para um índice maior.
O Comando Nacional Unificado de Greve solicitou a deputados e senadores que obstruam as votações do orçamento até que seja cumprida a decisão do Supremo Tribunal Federal, que determinou a reposição das perdas salariais.
Os servidores fizeram atos conjuntos em pelo menos seis capitais do país no dia 12 de setembro. Houve atos simultâneos de servidores na Argentina.
Em São Paulo, cerca de 600 servidores, boa parte do Judiciário Federal, lavaram simbolicamente as escadarias do prédio onde mora o presidente Fernando Henrique, em Higienópolis. O ato denunciou a política do governo de submissão ao FMI e de arrocho salarial.
Em Pernambuco, os trabalhadores bloquearam a BR 101 por boa parte da manhã. No Pará, por cerca de duas horas o porto de Belém foi paralisado.
No Rio de Janeiro, em torno de cinco mil servidores, a maioria da Saúde e Previdência, percorreram cerca de seis quilômetros das duas principais avenidas do centro da cidade. As principais reivindicações do protesto foram a reposição salarial e a defesa dos serviços públicos.


Semana terá protestos e plenárias

A agenda da semana promete ser cheia na capital do país. Na segunda-feira, 17, ocorrem pela manhã os comandos específicos e à tarde o comando geral da greve. No dia seguinte, acontece a plenária nacional do movimento popular e sindical. E para os dias 19 e 20 estão previstas manifestações em Brasília. O Sintrajud enviará representantes a Brasília. Os interessados devem entrar em contato urgente com o sindicato.


Acima, servidores na manifestação em Brasília reprimida pela segurança do Palácio do Planalto; abaixo, passeata em SP no dia 12, que teve lavagem simbólica na calçada do prédio onde mora FHC




Servidores do Judiciário Estadual mantêm greve

Os servidores do Judiciário Estadual em São Paulo continuam em greve. A decisão foi tomada na assembléia de terça-feira passada na Praça João Mendes, em frente ao fórum.
Após a assembléia, os servidores saíram em passeata pelas ruas da cidade. Ao passar pela Justiça Federal, na Avenida Paulista, a manifestação ganhou a adesão de servidores do Judiciário Federal.
Em todo o estado a categoria aglutina mais de 43 mil servidores. Eles reivindicam reajuste salarial de 54,31%, aumento do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho. A repressão da direção do tribunal não intimidou o movimento. "Houve ameaças de corte de ponto, falta injustificada e corte das FCs. Mas estamos tentando seguir unidos para fortalecer a greve e convencer os poucos colegas que ainda não entraram na greve a fazê-lo já.", afirmou o servidor do setor de execuções fiscais do TJ, Luís Carlos.