SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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15/03/2010

Professores de SP fazem greve contra ataques à educação

Além de salários, eles denunciam política adotada pelo governo Serra que penaliza o professor pela falta de estrutura

Desde o dia 8, os professores de São Paulo estão em greve por tempo indeterminado. O movimento, além de reivindicar o reajuste salarial de 34%, que nada mais é do que a reposição das perdas desde 1998, denuncia o caos da educação pública e o ataque que os professores vêm sofrendo. Com salas superlotadas, que chegam a ter mais de 50 alunos com apenas um docente, e infraestrutura precária, os professores ainda estão sendo responsabilizados pela degradação da educação pública. A categoria luta por uma pauta de reivindicações que inclui no máximo 25 alunos por sala e contratação de professores por concurso público.

?Tentam colocar a conta da qualidade da educação nas costas do professor, quando é resultado de um processo que vem se intensificando há quase 20 anos?, diz José Geraldo, o Gegê, vice-presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) pela Oposição Alternativa da Conlutas.

De acordo com Gegê, o governo Serra introduz na educação um critério empresarial, que é a meritocracia. ?É baseado na produtividade e excludente, só alguns têm aumento?, afirma. Atualmente, os professores recebem gratificação de desempenho proporcional à nota obtida na escola no Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp), calculada por meio da avaliação dos alunos.

Esse processo de degradação, segundo Gegê, não é exclusividade do governo do Estado. ?É um ataque combinado dos governos municipal, estadual e federal?, destaca. O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), proposto pelo governo Lula, estabelece o mesmo tipo de avaliação que o governo Serra está aplicando em São Paulo. ?Uma educação pública de qualidade não interessa ao capitalismo?, resume Gegê.

Apoio à greve

Ataques desse tipo têm afetado todo o funcionalismo. No Judiciário, um exemplo é a política do CNJ que impõe metas focadas em produtividade. O apoio de todas as categorias de trabalhadores à essa greve é importante para defender um serviço público de qualidade seja na educação, na justiça, ou na saúde. ?É preciso total apoio e solidariedade à greve dos professores pela importância dessa categoria para todos os trabalhadores do nosso estado e pelo grau de ataque que eles têm sofrido?, diz Ana Luiza Figueiredo, diretora do Sintrajud. ?A vitória desse movimento resultará em conquista para toda a nossa classe?, ressalta.

Professores da UnB entram em greve contra corte do governo

Os docentes da Universidade de Brasília (UnB) entraram em greve no dia 9. O motivo da greve foi o corte determinado pelo Ministério do Planejamento do pagamento da Unidade de Referência de Preços (URP). Trata-se de uma espécie de gratificação que a categoria recebia desde 1987. A URP representa aproximadamente 26,5% dos salários de professores e técnicos da Universidade.




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