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Em ato em frente ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda, os servidores deixaram claro que se o governo não aprovar o PCS-4 e não recuar no projeto de lei que congela o serviço público por dez anos terá que enfrentar uma forte greve no maior Fórum Trabalhista do Brasil.
?Vamos à greve e não há mais dúvidas. A partir de agora, nós servidores, temos que entrar nessa história como atores políticos?, definiu o servidor Henrique Sales Costa ao convocar os colegas para realizar um trabalho de convencimento junto aos demais servidores do prédio, ressaltando que o movimento paredista se constrói no dia a dia. Henrique destacou que na greve de 18 dias no final de 2009 a categoria conseguiu paralisar cerca de 70% das varas do fórum, o que demonstra disposição e vontade de ir à luta.
No ato, que começou às 13h, os servidores aprovaram paralisar as atividades por 24 horas no dia 27 de abril, data em que o projeto de lei que revisa salário da categoria será debatido em audiência pública, em Brasília, assim como aprovaram a realização de um ato em frente ao Fórum no dia 28, quando o projeto for à votação na Comissão de Trabalho e Serviço Público da Câmara.
Também decidiram iniciar a greve junto com os servidores do TRE, que escolherão se cruzam os braços a partir do dia 5 ou do dia 6 de maio. A escolha do início da greve deve acontecer neste sábado, dia 17, a partir das 9h, no Conselho de Base, que será realizado no Hotel Shelton, Av. Casper Líbero, 115. O Conselho é aberto a todos os sócios, mas somente a diretoria de base, executiva e representantes dos aposentados tem direito a voto. Os interessados devem se inscrever antecipadamente.
Segundo disse o diretor de base do Sintrajud Tarcísio Ferreira a orientação do governo Lula para a sua base aliada na Câmara é a de segurar o projeto, usando diversos recursos para causar atraso, incluindo a realização de audiências públicas, por exemplo. Já na semana passada o vice-líder do governo Luis Carlos Busato (PTB-RS) havia tentado a realização de uma audiência pública para debater todos os projetos que revisam os salários dos servidores. O parlamentar também é o relator do projeto de lei que congela os salários do funcionalismo por 10 anos.
Na opinião da servidora Vanessa Donatelli apesar dessa postura do governo fazer parte do ?jogo político?, ela representa ?um desrespeito aos servidores e ao judiciário?. A servidora afirma que também é mais motivo para a categoria se mobilizar: ?Cabe a nós nos unirmos em defesa dos nossos interesses?.
?Esta audiência pública demonstra a necessidade de ir-mos à greve. Somente dessa forma conseguiremos aprovar as nossas reivindicações?, afirmou a diretora do Sintrajud Leica Silva. Em sua opinião, os servidores da Barra Funda vão cumprir um papel muito importante nesta greve, por trabalharem num dos maiores fóruns do Brasil, que chega a atender 15 mil pessoas por dia.
Imposto Sindical
Os servidores também se posicionaram contrários ao Imposto Sindical e aprovaram a proposta do Sintrajud de devolver a parte desta cobrança que ficaria com a entidade (60%). A diretora do Sindicato Inês Castro ressaltou que esta cobrança vincula a entidade sindical ao Estado e ao governo, acabando com a sua autonomia e independência.
