SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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29/01/2010

Em discurso, Gilmar Mendes ressalta as metas de produtividade e eficiência

Na cerimônia de abertura do Ano Judiciário de 2010, no Supremo Tribunal Federal (STF), na manhã de segunda-feira (01), o presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, ressaltou a atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o papel da Meta 2 na redução do estoque de processos na Justiça.

Na presença dos presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do Senado, José Sarney, e da Câmara dos Deputados, Michel Temer, além de outras autoridades, o presidente do STF destacou que a Corte reduziu em 40% o número de processos distribuídos pelo segundo ano consecutivo e que a ?melhoria do Judiciário se faz com a modernização do seu processo produtivo... Menos carimbos. Mais resultados?.

Não há nenhuma novidade no fato de o ministro Gilmar Mendes ressaltar o papel desempenhado pelos órgãos que preside. No entanto, algumas de suas declarações devem ligar o sinal de alerta do servidor do Judiciário Federal.

Na opinião da diretora do Sintrajud e servidora do TRT Leica Silva, a ideia de processo produtivo (destacada pelo presidente) indica o rumo que a Justiça já está tomando: ?um processo mecanizado, voltado apenas à soma dos números finais, que possam caber em uma tabela, mas que não refletem e não garantem a efetiva Justiça?.

Leica considera que o anúncio do ministro de que passará a funcionar no STF o Sistema de Custo Processual (que possibilitará a medição do custo do processo judicial no âmbito da Corte) é mais uma demonstração de que a Justiça está sendo tratada como um simples produto. ?Por estarem tratando a Justiça dessa forma é que parece fazer sentido a implementação de um índice que mede o custo do processo judicial. É uma medida típica da busca de um superávit no final?, criticou.

Ela lembra que as ações dos tribunais superiores no sentido de reduzir os custos têm sido ?pagar a Fundação Getúlio Vargas (contratada desde o ano passado) para fazer a ?modernização do judiciário? com sistemas que visam substituir os servidores?.

Durante o seu discurso, Gilmar Mendes afirmou que ?graças à ação eficiente do Conselho Nacional de Justiça - que in locu testemunhou as deficiências ligadas ao serviço público de prestação - puderam-se, portanto, mapear as reais dificuldades de cada órgão para, assim, resolvê-las?.

Logo em seguida argumentou que pelo fato de o Judiciário estar melhor se autoconhecendo, quando se fala em aumento de estrutura se pensa em ?buscar respaldo em justos parâmetros objetivos, entre eles a produtividade? ao invés de ?inchar a máquina pública sempre que se argúi excesso de demandas?.

Se o discurso não foi direcionado aos servidores, deixou claro que a instituição de metas e a primazia pelos números (eficiência e produtividade) estarão mais fortes neste ano do que no passado, com o agravante que a contratação de servidores não será uma das prioridades do Supremo.

?É bom lembrar que os servidores só foram lembrados pelo Gilmar Mendes em dois pontos: quando ele fala sobre a estrutura inchada e quando fala dos esforços para o cumprimento da Meta 2?, destacou Leica.

Meta 2 e os servidores
Durante as assembleias na greve do ano passado, muitos servidores criticavam a imposição da Meta 2 e por não terem sido consultados. Para o diretor do Sintrajud e servidor do TRF-3 Cléber Borges Aguiar há um outro problema na instituição desta Meta, porque ela desconsiderou as diferentes realidades entre as Justiças e entre cada tribunal. ?Somos nós, os servidores que vamos cumprir esta meta, portanto temos o direito de sermos ouvidos sobre a possibilidade ou não de cumpri-la, se temos servidores e maquinários suficientes?, afirmou Cléber.




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