Ato em frente à reitoria teve a participação de diversas entidades, em apoio ao Sintusp
O Sintrajud participou nesta quinta-feira, 15, de um ato contra a ordem de desocupação da sede do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp). Nesta sexta-feira, a entidade também promove em sua sede a “Festa da Resistência”
Realizado em frente à reitoria da USP, o ato teve a participação de juristas, intelectuais, parlamentares e movimentos sindicais e populares. O Sintrajud foi representado pela diretora Maria Helena Leal, servidora aposentada do TRF-3.
Uma comissão tentou falar com o reitor da Universidade, Marco Antonio Zago, mas foi barrada pela guarda universitária com a informação de que nem o reitor nem algum representante da reitoria estavam presentes. Policiais militares formavam uma barreira no saguão de entrada do edifício.
“É inadmissível o reitor não ter recebido a comissão e ter apenas designado o chefe de protocolo para nos atender na rua”, protestou Maria Helena.
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) e o vereador Eduardo Suplicy faziam parte da comissão, assim como representantes da CSP-Conlutas, do Fórum das Seis (que congrega as entidades sindicais e estudantis da Unesp, Unicamp, USP e do Centro Paula Souza) e da Associação de Docentes da USP (Adusp).
“Zago e Alckmin serão responsáveis por uma tragédia, caso a Tropa de Choque ataque o Sintusp”, diz o boletim do Sintusp.
Também participaram do ato representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo (Sinsprev), do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de São Paulo (Sindsef-SP) e do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do ABC (SintUFABC) – todos integrantes, assim como o Sintrajud, do Fórum dos Servidores Federais no Estado de São Paulo.
Diretora do Sintrajud Maria Helena Leal participou do ato com integrantes do Fórum dos Servidores Federais
Entenda o caso
De acordo com o Sintusp, o reitor da Universidade Marco Antonio Zago promove um verdadeiro desmonte da instituição. “Declarou no início de sua gestão que iria acabar com o sindicalismo na USP”, informa a entidade. “Além de vários processos judiciais e administrativos contra diretores e militantes, a reitoria comunicou ao sindicato em abril que este deveria sair da sede. Alegava necessidades acadêmicas da Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA-USP), o que foi desmentido pela sua Congregação.”
Ainda de acordo com o Sintusp, “de maneira covarde” a reitoria aproveitou o esvaziamento do período de férias e obteve uma liminar de reintegração de posse com autorização de uso da força policial.
A sede do Sintusp foi entregue aos trabalhadores há 50 anos, em plena ditadura militar. O Sindicato já passou por diversas ameaças de retirada de sua sede e até hoje resiste. “Não será desta vez que perderemos nossa sede histórica!”, afirma a entidade.
Um manifesto em repúdio ao despejo recebeu a assinatura de diversas entidades, incluindo o Sintrajud.
Deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) e vereador Eduardo Suplicy (PT) também estiveram na manifestação