SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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1/12/2016

Estatísticas revelam genocídio da população negra

A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil. A taxa de homicídios e quatro vezes maior do que entre os brancos

Todo ano, 23.100 jovens negros de 15 a 29 anos são assassinados no Brasil – um a cada 23 minutos. A taxa de homicídios entre jovens negros é quase quatro vezes a verificada entre os brancos. Os dados foram apresentados por uma CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens, encerrada em junho.

Já neste mês de novembro, chamou a atenção da mídia o caso de cinco jovens assassinados em Mogi das Cruzes, por causa de uma vingança executada por guardas civis de Santo André. Poucas semanas depois, no Dia da Consciência Negra, sete corpos foram encontrados na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro. Eram jovens – todos negros – baleados após uma operação policial que se seguiu à queda de um helicóptero da Polícia Militar.

Para enfrentar o que muitos consideram um genocídio da população negra, o relatório final da CPI sugere três ações principais: um Plano Nacional de Redução de Homicídios de Jovens, transparência de dados sobre segurança pública e violência e fim dos autos de resistência (termo utilizado por policiais que alegam estar se defendendo ao matar um suspeito). O documento também recomenda a desmilitarização da polícia.

Marcha da Periferia

Ao mesmo tempo em que sofrem a violência policial, os negros e negras das periferias brasileiras cada vez mais se conscientizam da necessidade de se mobilizar para mudar essa situação. Durante o mês de novembro, sob o tema “Aquilombar para reparar”, foram realizadas atividades em todo o país para celebrar a resistência de Zumbi dos Palmares.

A diretora do Sintrajud Maria Helena Leal, servidora aposentada do TRF-3, participou da marcha realizada no Jardim Helena, na zona leste de São Paulo, e que percorreu as ruas do bairro ao som de instrumentos de percussão, músicas e frases de protesto.

A atividade fez parte dos “Domingos da Consciência”, projeto idealizado e realizado pelo Coletivo de Oya - Mulheres Negras da Periferia de São Paulo.

No dia 25, também foi celebrado o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, um problema que também atinge mais as mulheres negras.  “Só em 2015, tivemos 125 casos notificados de estupro por dia, sendo que a maioria dos casos nem são notificados”, aponta Marcela Azevedo, da Executiva Nacional do Movimento Mulheres em Luta (MML) e da Secretaria-Executiva da CSP-Conlutas.




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