SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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20/9/2016

Setembro Amarelo: Sintrajud discute a relação do suicídio com crise econômica

Daniel Luca, psicólogo do Sintrajud faz uma análise entre suicídio, crise econômica, dificuldade financeira e desemprego

Os períodos de crise econômica são marcados em geral por aumentos das taxas de suicídio. No artigo dessa semana, fica evidenciado que crash na bolsa em 1929 deixou no imaginário da população na época a imagem de investidores se atirando de prédios após terem perdido boa parte de seu dinheiro que estavam em ações. E a crise que se instalou após 1929 levou a um aumento real na taxa de suicídios.

Grande parte dos casos de suicídio tem ligação com o aumento do desemprego nos períodos de crise, relata o psicólogo Daniel Luca, no artigo “Relação do suicídio com a crise econômica, dificuldades financeiras e desemprego”, do projeto Setembro Amarelo, do Sintrajud.

De acordo com o artigo, dados de 26 países da União Européia, entre 1970 e 2007, mostram que cada 1% de aumento na taxa de desemprego acarretava uma subida de 0,79% na taxa de suicídio entre em indivíduos com menos de 65 anos.

O psicólogo observa que o desemprego trás a desesperança, um sentimento que o impossibilita de enxergar possibilidades de melhora no futuro. “A pessoa (desempregada) não consegue vislumbrar uma saída para a situação. Terá dificuldade e terá de empenhar esforços enormes em uma iniciativa que não tem esperança de que dará certo. Ademais, sentir que ficará nesta situação para sempre pode gerar uma angústia profunda. Este é o sentimento alimentado pela frustração da busca constante de trabalho, sem ter sucesso.”

Brasil

Em 2015, a crise que assolava o mundo desde 2008 tem a cara revelada no Brasil. A recessão provocou grande número de demissões e hoje são mais de 12 milhões de trabalhadores em busca de recolocação no mercado de trabalho. Só na região metropolitana de São Paulo são dois milhões de desocupados, e este número tende a aumentar, segundo estimativas de especialistas.

“Junto com o aumento do desemprego, enfrentaremos a suas conseqüências à saúde mental dos trabalhadores, além dos efeitos negativos das outras características da crise em si”, diz Luca.

Consequência mais perversa são os planos de ajuste fiscal defendidos pelos governos como única forma de conter ou reverter a crise. Esses planos, via de regra, poupam investidores, grandes empresários, latifundiários, banqueiros, e fazem superávit tirando direitos dos trabalhadores.

Essa já é uma prática antiga no Brasil.

Leia mais: Relação do suicídio com a crise econômica, dificuldades financeiras e desemprego   




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