SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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14/9/2016

Sintrajud recolhe doações para famílias de Ocupação atingida por incêndio

Incêndio destruiu cerca de 200 barracos na Ocupação Esperança; moradores pedem doações de comida, cobertores, água, roupas e materiais de construção

Na tarde desta terça-feira, 13, um incêndio de grandes proporções atingiu a Ocupação Esperança, em Osasco, e destruiu cerca de 200 barracos, o que significa 40% das moradias. O incêndio só foi controlado no final da noite.

No incêndio famílias inteiras perderam suas casas e pertences pessoal. Por isso, o Sintrajud chama a categoria para fazer doações às famílias desabrigadas. No momento, os moradores pedem roupas, lençóis, alimentos, móveis usados, lona e materiais de construção para que possam reconstruir seus lares destruídos.

Para ajudar nesta campanha de solidariedade, os servidores do Judiciário Federal de São Paulo que quiserem participar da campanha, devem levar suas doações para os seu local de trabalho e entrar em contato com o Sindicato pelo telefone 3222-5833 (Falar com Ediana). O Sintrajud irá buscar as doações informadas nesta sexta-feira, 16.

Além disso, os servidores podem trazer suas doações na sede do Sindicato (Rua Antonio de Godoi, 88, 16º). As contribuições finaceiras podem ser feitas atraves da conta da CSP Conlutas: Banco do Brasil - AG: 4223-4 - CC: 10933-9 - CNPJ: 07.887.926/90

O Movimento Luta Popular também está recebendo doações às famílias em outros locais. Veja o local mais próximo a você.

-Sindsef-SP: Rua Álvares Penteado, 97, 6º andar - Centro, 9h às 18h.

-IPEN

-INCRA

- CSP Conlutas/SP: R. Afonso Celso, 1033 - Vila Mariana - próximo ao metrô Santa Cruz - (11) 3107-3303

- Igreja Betesda de Osasco: Rua Natanael Tito Salmon, 250, 1 andar - Centro de Osasco

-CIEJA Campo Limpo: R. Cabo Estácio da Conceição, 176 - Parque Maria Helena

- Sarau do Binho / FELIZS: Casa da Suzi e Binho - Campo Limpo

- EMEF Dr. Sócrates Brasileiro / Território do Povo:R. Professora Nina Stocco, 597 - Jardim Catanduva

- Apeoesp Santo Amaro: R. Cerqueira Cesar 480 - Santo Amaro

- Associação Cidade Escola Aprendiz: R. Padre João Gonçalves, 152 - Vila Madalena

 

- Atados: R. Taçaindá, 81 - Pinheiros?Rua Gustav Willi Borghof, 480 - Barra Funda.

Sobre a Ocupação Esperança

A Ocupação Esperança existe há três anos e abriga cerca de 500 famílias, que conviviam com a permanente ameaça de desocupação. O incêndio ocorre apenas três dias após o Prefeito de Osasco, Jorge Lapas (PDT), ter decretado a área como de interesse social para que fosse revertida para fins de moradia.

O terreno da ocupação é propriedade privada da empresa de cosméticos KJ Kady Jacqueline Ltda e, segundo o movimento, estava há 30 anos ocioso e acumulando dívidas relativas a impostos. Apesar das dívidas do dono do terreno com o poder público, os moradores da Ocupação insistem que a Prefeitura de Osasco, a CDHU do Governo do Estado e o Governo Federal seguem omissos. Para o Luta Popular, não houve, até o momento, por parte dos governantes, nenhuma movimentação concreta que garanta moradia para estas famílias.

Poucas horas após o início do incêndio, a Polícia Militar esteve no local e passou a impedir que os próprios moradores se aproximassem da ocupação, o que gerou grande indignação entre os moradores. O advogado Avanilson Araújo questionou o porquê do impedimento de aproximação dos moradores, e acabou detido e agredido pela PM. O advogado foi liberado no final da noite e o caso foi denunciado à Corregedoria da PM.

Para a diretora do Sindicato e servidora do TRE, Raquel Morel, é preciso que a prefeitura e os governos estadual e federal façam uma apuração rigorosa sobre as causas deste incêndio e se o mesmo foi criminoso. “Os governos são diretamente responsáveis por essa tragédia porque não garantem moradia digna às famílias e se negam a regularizar essas áreas a fim de beneficiar a especulação. No caso do terreno da Ocupação Esperança, antes de abrigar as 500 famílias que estavam lá, foram 30 anos de ociosidade e acúmulo de dívidas relativas a impostos”, afirmou. “Temos que exigir a regularização imediata do terreno da ocupação Esperança e indenização das famílias atingidas”, finalizou Raquel.

Confira a nota divulgada pelo Movimento Luta Popular:

 

Nossa Esperança e Nossa Resistência Irão Resistir Até Ao Fogo

Na tarde de hoje um incêndio teve início na Ocupação Esperança em Osasco. Para os lutadores do Brasil inteiro essa Ocupação é uma velha conhecida, parceira de manifestações e protestos, comunidade organizada, combativa, solidária que sempre recebeu e acolheu bem aqueles e aquelas que – independente de onde vieram – chegaram junto pra somar.

As chamas queimaram algo em torno de 40% da comunidade. As labaredas transforamaram em cinzas os poucos pertences de um povo pobre, negro, trabalhador e muito guerreiro.

Há ainda muitos barracos que não foram queimados e as famílias moradoras destas moradias IRÃO FICAR NELAS e resistir. Fazem três anos que fincamos a nossa Esperança neste latifundio vazio. Já tentaram nos tirar daqui de muitas formas: Através do descaso dos governantes, através de ameças e outras maneiras também.

Até hoje resistimos.
Continuaremos resistindo.

A PM, ao invés de proteger e ajudar as famílias, intimida e não deixa que trabalhadores cheguem perto de suas casas para recolher o pouco que sobrou. A PM agrediu e prendeu o companheiro Avana, advogado das famílias e militante do Luta Popular.

Queremos saber se as famílias que IRÃO continuar na ocupação terão proteção e segurança.

Nós não iremos recuar nem um milímitro!
Nós não deixaremos que queimem nossos sonhos e nossos direitos.
Nós não iremos parar até que justiça seja o prato servido na mesa de cada sem-teto desse país.

No sábado, dia 10, o Prefeito de Osasco – Jorge Lapas – esteve em assembléia geral dos moradores e levou um Decreto de Desapropriação da Área. Levou também palavras de compromisso com as famílias.

Queremos agora saber da realidade efetiva desse compromisso.
Queremos que se abra uma escola próxima da ocupação para que as famílias possam se abrigar perto do lugar onde mantém seus vínculos sociais e afetivos.
Não queremos uma escola lá no Jd. Baronesa, ou lá no Jd, Munhoz, que, tão distantes, dificultam que as famílias estejam perto do que é seu, de sua luta, de seus camaradas.

O Luta Popular agora veste suas camisas mais vermelhas e vai resistir até que a vitória desse povo seja tão imensa que apague da memória as imagens do horror que vivemos hoje, a imagem da força bruta e violenta da ganância do capital.

Todos e Todas que puderem ajudar, que somem, de pieto aberto e sem interesse: Nosso interesse é apenas e tão somente justiça.

Montamos um ponto de recebimento de doações na sede da CIA Kiwi de teatro, que fica na Rua Frederico Abranches, 189, proximo ao Largo da Santa Cecília. Desde já agradecemos a todos os camaradas que puderem doar roupas, alimentos e água. Desde já agradecemos também aos camaradas da Kiwi, que nesta hora nos abriram as portas e nos acolheram a necessidade.

Que todos os que puderem, possam se somar também aos mutirões de reconstrução dos barracos. Que venham conosco reerguer, tábua sobre tábua, a nossa comunidade e nossa luta.

Precisaremos de madeira, precisaremos de telhas, precisaremos de móveis usados.

Precisaremos que quem luta acredite que NUNCA nos derrubarão.

Movimento Luta Popular

 

Organizar Os De Baixo Para Derrubar Os De Cima




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