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31/8/2016

Após pressão, TRT-2 suspende expediente até segunda-feira

Servidores, Magistrados e Advogados fizeram ato conjunto para exigir medidas imediatas de segurança no Ruy Barbosa

                                                       Foto: Claudio Cammarota

Após pressão dos servidores, magistrados e advogados, TRT-2 suspendeu o expediente nestas quinta, sexta e segunda-feira, 1, 2 e 5, para agilizar obras de segurança no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa para impedir que aconteçam mais suicídios no prédio. Na tarde desta quarta-feira, 31, foi realizado ato conjunto com a participação de servidores, magistrados e advogados, que decidiram paralisar atividades até que as medidas de segurança sejam implementadas e concluídas.

Logo pela manhã desta quarta-feira, 31, os servidores se depararam com as obras de segurança inconclusas. Apenas o acesso às rampas foi fechado com chapas de madeira. No entanto, os acessos aos parapeitos continuam abertos e sem segurança suficiente para impedir novas tragédias.

Indignados, os servidores vestiram preto e protestaram durante todo o dia por segurança e melhores condições de trabalho. Durante a manhã, a categoria fez uma manifestação com a participação da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo.

A tarde, foi a vez dos magistrados juntarem-se a manifestação. Para o juiz Leonardo Grizagoridis, da AMATRA, é importante a unificação dos setores, com suspensão de audiência, no caso dos magistrados, na exigência de segurança no prédio. “Aqui ninguém quer ficar sem trabalhar, o que estamos exigindo é que as condições de trabalho passem a ser prioridade neste Tribunal, não podemos lidar com uma Administração que faz improvisos e coloca em risco nossa vida”, afirmou.

Para Inês Leal, diretora do Sindicato e servidora da JT, a presidente do TRT-2, Silvia Devonald, tem sido negligente e ignorado o que tem ocorrido. “Só na gestão dela foram 5 mortes neste prédio, e não foi tomada nenhuma medida até março deste ano, quando colocaram fitas de segurança nas rampas, o que não consegue impedir nada”, afirmou. “Por isso, estamos aqui, somente a união da categoria pode mudar esta realidade, não vamos aceitar que a presidente nos responda ‘se não aguenta pegue sua malinha e vai embora’, queremos que seja garantidas condições de trabalho, físicas e psicológicas”, declarou Inês.

Inês esclareceu ainda que em reuniões anteriormente feitas entre a Administração e representantes do Sintrajud, AMATRA e da AAT, o arquiteto responsável pelo prédio, Décio Tozzi, concordou com a proposta de instalação de redes de segurança nos corredores, rampas e rol dos elevadores.

“Na época, o valor apresentado para instalação das redes pela Administração foi de duzentos mil reais e nos falaram que, mesmo com os cortes, era possível remanejar verbas e garantir a instalação, mesmo assim ela não o fez e segue colocando nossas vidas em risco”, ressaltou Inês.

Na opinião Lívio Enescu, presidente da AAT/SP, é preciso responsabilizar a presidente do TRT-2, Silvia Devonald, que tem negligenciado a situação do Fórum Ruy Barbosa. “Temos que unir advogados, juízes e servidores e entrar com uma ação contra a presidente deste tribunal”, declarou.

O psicólogo do Sintrajud, Daniel Luca participou o ato e destacou a possibilidade de adoecimento dos servidores que trabalham no Ruy Barbosa. “É preciso que a Administração tenha o mínimo de sensibilidade com os servidores que trabalham neste prédio, não é possível lidar com situações como essas como se fossem cotidianas”, afirmou.

Reunião com a Administração

                             Foto: Claudio Cammarota

Após a manifestação, uma comissão de servidores, magistrados e advogados participaram de uma reunião com o vice-presidente judicial, desembargador Wilson Fernandes, e a corregedora, desembargadora Beatriz de Lima Pereira. A comissão exigiu medidas concretas de segurança e a suspensão do expediente para a conclusão das obras de segurança no prédio.

O desembargador Wilson Fernandes afirmou concorda que a solução do emadeiramento deve ser considerada como provisória. “Acho que os tapumes devem ser uma solução emergencial, mas temporária, depois devem ser instaladas as redes”, declarou.

Durante a reunião, os representantes das entidades apresentaram a situação de insegurança que ainda se encontra o prédio e pediram a suspensão do expediente até a conclusão das obras de segurança. O desembargador comprometeu-se de consultar a presidente do Tribunal sobre a suspensão do expediente. “Sabemos que não vamos eliminar completamente o risco, mas podemos reduzir, por isso é importante terminar os trabalhos”, afirmou o desembargador.

Além disso, a comissão questionou a segurança real do emadeiramento, já que os tapumes podem ser uma medida perigosa, pois podem soltar e cair em alguém ou oferecer mais riscos de incêndio. Por isso, foi solicitado que seja apresentado um laudo do corpo de bombeiros o mais rápido possível e o conserto das portas corta incêndio do Fórum.

Algumas horas após a reunião, foi publicada a portaria que suspende o expediente de quinta, sexta e segunda-feira, dias 1, 2 e 5 de setembro, no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa.

Para o servidor da JT, Tarcísio Ferreira, a suspensão do expediente só foi possível pela mobilização e luta dos servidores, unificados com magistrados e advogados. “Sigamos atentos aos desdobramentos e mobilizados por nossas condições de trabalho, segurança e integridade”, finalizou.

 




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