SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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31/8/2016

Carta Aberta: Basta de descaso e omissão!

Servidores da Justiça do Trabalho, Sintrajud e Amatra assinam carta aberta, explicando à população os motivos da paralisação no Fórum Barra Funda

Infelizmente, 29 de agosto foi mais um dia de dor e tristeza no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa. Mais um caso de suicídio, um pai que ao cometer tal ato levou também seu filho de quatro anos. Esse foi o quarto caso neste prédio, somando cinco mortes em menos de dois anos, durante a mesma gestão do corpo diretivo do tribunal.

Desde o primeiro acontecimento, trabalhadores deste fórum, advogados e magistrados, cobraram providências da direção do tribunal, exigindo que o prédio fosse adaptado de modo a evitar novos episódios. Durante mais de um ano e meio, nada foi feito.

Em março de 2016, após o terceiro incidente, seguido de um ato conjunto que manifestou indignação e tristeza com o fato, a presidência recusou todas as sugestões apresentadas para solucionar a questão e determinou a realização apenas de medidas que nada resolveram e pioraram ainda mais as condições de trabalho no fórum.

Seis meses depois, na última segunda-feira, a tragédia anunciada se repetiu.

Mesmo após grande repercussão, a direção do tribunal continua, intransigentemente, ignorando sugestões e reivindicações das pessoas que neste local trabalham e circulam diariamente, e insistindo em manter medidas que já se provaram ineficazes.

Além disso, como resultado do corte orçamentário que atinge a Justiça do Trabalho, foram demitidos vigilantes e diversos andares ficaram descobertos.

As condições de trabalho se deterioram diariamente e isso a todos prejudica, pois além da circulação restrita que atrapalha o dia a dia e traz maior insegurança, faltam funcionários. O tribunal jamais atendeu o quantitativo de servidores estabelecido nas resoluções 63/10 do CSJT e 219 do CNJ.

Operamos hoje com apenas 65% da força de trabalho recomendada, apesar de termos a maior sobrecarga de trabalho do país. Tal sobrecarga, aliada à insegurança de um trabalho desenvolvido em ambiente de risco, afeta nossa saúde física e psíquica. Tiram qualidade do trabalho e da vida. Tudo isso traz prejuízos não só aos servidores e magistrados, mas também aos advogados e aos trabalhadores que buscam nessa justiça o respeito e a garantia dos seus direitos.

Além das cinco vidas que se foram, a nossa se esvai também a cada dia ao sofrer essas condições.

Depois desse fato, não podemos mais suportar em silêncio e como se fosse natural a omissão, a negligência e a intransigência da direção do tribunal.

Decidimos hoje, dia 31 de agosto, que paralisaremos nossas atividades até que solução efetiva seja implementada, que a segurança das pessoas que aqui circulam e trabalham seja garantida. Sabemos do impacto dessa decisão, mas não podemos mais suportar esse peso sozinhos, individualmente, sobre nossas costas. Com isso, exigimos que a presidente Silvia Devonald e demais componentes do corpo diretivo dialoguem com todos os afetados e tomem as providências urgentes e necessárias, assumindo a responsabilidade que lhes cabe.

Que a solução seja rápida para que logo possamos retomar as atividades, com o menor impacto possível. Trabalhadores, magistrados e advogados estamos agindo conjuntamente em defesa da Justiça do Trabalho e da vida, para que esse prédio seja lembrado e reconhecido de forma positiva, pelo respeito que simboliza e pelo bom serviço prestado à população, e não pelas tragédias que nele ocorreram.

 

Trabalhadores da Justiça do Trabalho

Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (Sintrajud)

Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região (Amatra-2)




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