SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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09/03/2010

Debate demonstra que é preciso avançar na organização e luta das mulheres

O debate realizado nesta segunda-feira no Sintrajud, em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres (08 de Março), teve como ponto central a necessidade das mulheres avançarem na luta pela sua emancipação. São 100 anos desde a criação da data no Congresso da II Internacional Comunista, realizado na Dinamarca. Entretanto, de lá pra cá apesar dos avanços, no mundo todo, as mulheres ainda sofrem discriminação. Para debater com as servidoras e servidores foram convidadas uma representante da Conlutas, a psicóloga Ana Pagamunici, e uma da Intersindical, a jornalista Luciana Araújo.

Primeira a falar, Luciana Araújo ressaltou a importância do debate e destacou os 100 anos do 8 de Março. Para ela, nesse período houve avanços e retrocessos. No Brasil, a situação não é diferente do resto do mundo, as mulheres recebem ainda hoje salários 30% mais baixos do que homens na mesma função. Mas não é só na diferença salarial, que a opressão aparece: ?A violência física, moral e psicológica segue em patamares altíssimos mesmo após a lei Maria da Penha ? que é um avanço, mas ainda tem muitas lacunas. E o avanço das igrejas e do Estado na criminalização contra a mulher avançou no governo Lula. Exemplos disso é a concordata assinada pelo Planalto com o Vaticano, que mantém a criminalização do aborto, a CPI que se tenta criar no Congresso Nacional para punir mulheres que tiveram de enfrentar essa difícil cirurgia e o projeto de reforma do Código de Processo Penal que reduz as já parcas conquistas da Lei Maria da Penha?, disse.

Para Luciana, a ampliação do espaço público de atuação da mulher nos destinos do país foi uma importante conquista das lutas feministas. Mas não basta ser mulher para ser uma boa opção eleitoral. ?Dilma e Marina Silva, por exemplo, são candidatas do continuísmo do modelo econômico imposto desde o governo FHC e seguido com Lula. O debate feminista tem que estar vinculado ao classismo, à defesa dos interesses da classe.?

Discriminação e opressão

Ana Pagamunici também destacou a iniciativa do Sintrajud de debater como as mulheres podem lutar contra a opressão e exploração na sociedade capitalista. ?Apesar de serem 50% da população mundial e 41% da população economicamente ativa, a situação das trabalhadoras no mundo é de discriminação e opressão?, ressaltou.

Ela apresentou dados do Unicef e da Unesco revelam que dos cerca de um bilhão de analfabetos existentes, dois terços são mulheres. Dos mais pobres do mundo, 70% são mulheres. Ainda segundo o Unicef, 25% das mulheres latino-americanas já sofreram algum tipo de violência em casa.

Ana destacou ainda a luta constante das mulheres trabalhadoras, seja por igualdade salarial, creches, direito de decidir sobre seu corpo ou direito ao voto. ?Essas são algumas bandeiras?. A dirigente da Conlutas também destacou a situação das mulheres no Haiti, onde, segundo dados de organizações não governamentais que atuam naquele país, 72% das haitianas foram violentadas desde da ocupação. ?O governo Lula insiste em manter tropas brasileiras no Haiti, onde são coniventes com a situação dramática das mulheres haitianas?, disse.

A diretora do Sintrajud e servidora do TRF, Ana Luiza Figueiredo, também ressaltou a necessidade das mulheres avançarem na sua organização e propôs que durante a Campanha Salarial deste ano, o Sindicato adote reivindicações específicas com relação à luta das mulheres.




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