Palestra de Carmen Bressane reuniu servidores na Avenida Paulista. Foto: Claudio Cammarota
O PLP 257 retira direitos dos servidores e não resolve o problema da dívida dos Estados, que, assim como a dívida da União, “está cheia de ilegalidades”. Foi o que disse a coordenadora do Núcleo São Paulo da Auditoria Cidadã da Dívida, Carmen Bressane, na palestra que proferiu nesta segunda-feira, 8, em frente ao Fórum Pedro Lessa.
A atividade faz parte da mobilização dos servidores do Judiciário Federal contra o projeto, que pode ser votado na Câmara nesta terça-feira. Diretores do Sintrajud, diretores de base e servidores da Justiça Federal compareceram à palestra. “A dívida pública é a maior corrupção que temos no país”, afirmou Carmen, que é advogada e auditora fiscal aposentada.
Segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, o governo federal gasta cerca de 45% do orçamento com o pagamento de juros e amortização das dívidas interna e externa. De acordo com os dados apresentados pela coordenadora do Núcleo São Paulo, a dívida pública somou no ano passado R$ 5,2 trilhões e custou aos cofres da União R$ 962 bilhões no ano, ou R$ 2,63 bilhões por dia. “Pagamos dois ‘itaquerões’ e meio todos os dias”, comparou Carmen, referindo-se ao estádio construído para a Copa do Mundo em São Paulo.
Carmen destacou que o Brasil tem grandes riquezas naturais e é a 9ª maior economia do mundo, mas está em crise e vive endividado para atender aos interesses do capital financeiro. “Os projetos que passaram dos governos anteriores (como o de Dilma) para este governo querem tirar dinheiro das áreas que mais necessitam, como saúde, educação e segurança, para pagar a dívida”, afirmou.
Um exemplo desses projetos é o PLP 257, disse Carmen. Ela explicou que o projeto atinge os servidores ao estabelecer elevação da alíquota de contribuição para a previdência, impedir a realização de concursos e abrir caminho para demissões.