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Como mais uma iniciativa de estabelecer pontes e fortalecer as relações entre os trabalhadores de todo o mundo, a CSP-Conlutas e a União Sindical Solidaires realizarão, em São Paulo, no dia 5 de julho, uma importante palestra sobre a mobilização dos franceses contra a Lei do Trabalho, com a presença de dirigentes nacionais da União Sindical Solidaires.
Perto de completar quatro meses de luta desde a primeira manifestação contra a reforma nas leis trabalhistas na França, a crescente mobilização tem forçado o governo a renunciar algumas das medidas do projeto. No entanto, as organizações exigem a retirada completa deste projeto de lei que fere importantes e históricas conquistas do movimento organizado em defesa dos trabalhadores.
Fazemos, portanto, um chamado amplo para que ativistas, a juventude e os trabalhadores estejam nesta atividade. Este será o momento que nos servirá de combustível para as nossas lutas no Brasil, tão semelhantes às travadas na França, e para trocarmos experiências e ouvir as que serão compartilhadas por nossos camaradas franceses. O inimigo é o mesmo, a luta é a mesma e juntos venceremos!
Apoio da CSP-Conlutas
As mobilizações na França têm se mostrado exemplo para todos os que lutam contra os ataques dos governos, do capital e da patronal. A CSP-Conlutas, que considera o internacionalismo fundamental para a construção da solidariedade e do fortalecimento dos trabalhadores, realizou no último dia 14 um ato de apoio aos que enfrentam a controversa reforma nas leis trabalhistas, verdadeiro retrocesso na história de conquistas da classe organizada na França. Além da ação de solidariedade no Brasil, aconteceram manifestações também no Paraguai, na Espanha, Itália, Alemanha, Suíça e nos Estados Unidos. A articulação de apoio nos diferentes países se deu via a Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas.
Entenda os prejuízos que a Lei do Trabalho pode trazer
A reforma, que implica em mais precarização e retirada de direitos para os trabalhadores, tem, principalmente, o artigo 2 criticado pelos movimentos sociais. Essa disposição da lei possibilita que os acordos da patronal se sobreponham às negociações de sindicatos profissionais.
Herbert Claros, do setorial de internacional da CSP-Conlutas, explica que dentre os principais problemas relacionados ao projeto de lei, o poder de decisão do negociado sobre o legislado é um dos mais graves. “É importante também chamar atenção de que as reformas trabalhistas que estão sendo propostas na França hoje, são parte de medidas que governo brasileiro tentou aplicar nos últimos anos no governo Dilma, e que Temer agora tenta aprofundar, por meio de uma reforma trabalhista”, destacou.
Na França, enquanto Hollande se mostra intransigente quanto a revogação da lei, a Solidaires publicou nota com as considerações sobre as mobilizações no país destacando a necessidade de seguir pressionando o governo com otimismo e determinação. Segundo a entidade, “as greves, as manifestações e a interferência das lutas na economia permitem os avanços nas questões sociais. (…) Assim se passou com a proibição do trabalho infantil, com a jornada de trabalho de 8 horas, as licenças remuneradas, as 40, depois as 39 e por fim as 35 horas semanais, o seguro social, os Estatutos, os acordos coletivos, etc. O ‘impossível’, ‘utópico’, ‘extravagante’ se torna lei!”
Informações sobre a palestra:
Data: 5/7/2016
Horário: a partir das 19h
Local: Sindicato dos Metroviários de São Paulo
Endereço: Rua Serra de Japi, 32 – próximo ao metrô Tatuapé da linha vermelha
