SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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23/6/2016

Trabalhadores protestam em defesa do direito de greve na USP

Manifestação contou com a participação de juristas e entidades sindicais de diversas categorias

Trabalhadores de diversas categorias e estudantes participaram de um ato em defesa do direito de greve na última quarta-feira, 22, no campus da USP. A manifestação organizada pela ADUSP (Asssociação dos Docentes da USP), SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP) e pelo Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital da Faculdade de Direito, contou com a participação de juristas e representantes de diversos sindicatos e movimentos sociais.

Durante a manifestação, os representantes das entidades presentes fizeram relatos das várias situações em que suas categorias sofreram ataques ao direito de greve e mobilização.

O Juiz do Trabalho, Hugo Cavalcante de Melo, da Associação Latino Americana de Juízes do Trabalho, abriu o ato destacando os diversos ataques que os trabalhadores do serviço público e da iniciativa privada têm sofrido sistematicamente ao longo dos últimos anos, a exemplo da terceirização. Para o magistrado, há também uma ofensiva para criminalizar os movimentos sociais. “Já está no Congresso Nacional um projeto de lei que acaba com o direito de greve no Brasil, inclusive no serviço público, é parte da agenda Brasil que está sendo implementada pelo governo interino de Michel Temer”, afirmou.

Para o membro da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, a perseguição que os movimentos sociais e organização dos trabalhadores sofrem são herança do período da ditadura no Brasil. “Outros países que passaram por ditaduras puniram torturadores, isso não aconteceu aqui, é isso que permite que nas cadeias e nas periferias o povo pobre e negro conviva com torturas, porque nenhum torturador ou pessoa do regime militar sofreu uma punição sequer, por isso, mesmo na democracia, o estado se utiliza de aparato de repressão montado para poder atacar os trabalhadores”, destacou.

Servidores do Judiciário

O Sintrajud foi representado pela diretora e servidora do TRE Raquel Morel Gonzaga. A diretora destacou a situação dos servidores do Judiciário Federal, que estão há dez anos sem   reposição salarial.

A servidora destacou que ao longo destes anos os servidores estiveram mobilizados e relatou o ataque que ao direito de greve que a categoria sofreu em 2014, quando uma liminar concedida pelo presidente pelo TRF-3, desembargador Antônio Carlos Mathias Coutro, proibiu a greve no TRE, sob pena de multa de R$ 300 mil por dia ao Sintrajud e aos trabalhadores do Judiciário Federal. “A liminar que foi assinada no domingo para impedir que a greve começasse na segunda, simplesmente porque estava muito perto das eleições que teriam que ser garantidas a qualquer custo, mesmo com uma defasagem salarial que já tinha oito anos em 2014”, declarou.

Raquel também relembrou a greve histórica que os servidores do judiciário realizaram ano passado, que enfrentou e derrotou, em São Paulo, a Portaria do TRT-2 que previa corte de ponto e de auxílio alimentação. “Conseguimos derrubar a Portaria, porque nossa resposta foi união e mais luta”, destacou.

Ainda para a servidora, a experiência da categoria demonstrou a necessidade de permanecer mobilizada para garantir os direitos e enfrentar os ataques dos governos Lula, Dilma e Temer.“Hoje temos na categoria um sentimento de que vários governos, seja ele do PT e agora do PMDB, tem apresentado um projeto para os Servidores Públicos Federais que é de cada vez mais sucatear o direito dos servidores e não oferecer um serviço público de qualidade”, afirmou. “Por isso, estamos reativando o Fórum dos Servidores Públicos Federais em São Paulo, achamos que é importante para fortalecer a luta do conjunto dos servidores públicos, iniciar uma greve geral contra a retirada de direitos, contra PLP 257 e a Reforma da Previdência”, finalizou.




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