SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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8/6/2016

Renan ameaça travar PLs salariais de todos os servidores

Ameaça irrita servidores, que pressionam senadores a acelerar tramitação e defendem mobilização nacional

O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), ameaça segurar os projetos salariais relativos ao funcionalismo público, entre eles os dos servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União.

As declarações de Renan neste sentido foram dadas a jornalistas e publicadas no portal de notícias do próprio Senado Federal. O senador também se manifestou no plenário. Mas, pouco antes disso, dirigentes sindicais que atuam no Congresso pela aprovação célere do projeto já relatavam a mudança.

“O secretário-geral da Mesa do Senado informou que o Renan avocou todos os projetos, inclusive os 2648 e 6697, e disse que não libera autuação e tramitação enquanto o ministro da Fazenda não explicar como tem um déficit de $ 170 bilhões e ao mesmo tempo o governo dá reajuste generalizado para servidores e juízes”, relatou Adilson Rodrigues, da coordenação da federação nacional (Fenajufe), que considera inaceitável mais esse impasse contra os projetos que quebram o congelamento, mas nem ao menos repõem todas as perdas passadas.

Para Ruy Almeida, da direção do Sintrajufe-RS, que está em Brasília, essa questão do orçamento parece ser um jogo de cena para enrolar a situação. “Todos sabem que os projetos estão abrangidos pelo cálculo do déficit. Há um claro tensionamento em relação à criação de cargos e ao aumento do teto do funcionalismo, o que não é assunto nosso", explica.

Ele observa que o discurso de algumas lideranças parlamentares sinaliza o risco de envio dos projetos para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), tradicional "gaveteiro" de propostas com impacto financeiro que beneficiem trabalhadores. “Estamos pressionando os senadores para destravar essa questão”, disse Ruy, ao defender que o conjunto dos trabalhadores se movimentem. "Precisamos começar a pressionar os senadores como fizemos no ano passado, é hora de infernizar nas redes sociais e pensar a mobilização”, disse, destacando que os dirigentes sindicais seguem atuando sobre os senadores e que trabalham para que os projetos sejam lidos no plenário de imediato.

A postura de Renan irritou e revoltou servidores, que defenderam uma firme reação, em mensagens nas redes sociais. É a segunda vez que o presidente do Senado interfere explicitamente contra um projeto da categoria. No ano passado, conduziu de forma apressada e incomum a votação na sessão do Congresso que apreciou o veto da presidente Dilma Rousseff (PT), hoje afastada, ao PLC 28. Por apenas seis votos o veto não foi derrubado na Câmara.

A medida acontece em meio ao agravamento da crise política em Brasília. Na terça-feira (7), vazou a informação de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF a prisão de Renan e de mais dois dirigentes nacionais do PMDB: o deputado afastado Eduardo Cunha (RJ) e o também senador Romero Jucá (RR). O procurador também solicitou que o tribunal determine o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente da República José Sarney (MA), todos por suposto envolvimento no esquema de corrupção investigado pela operação Lava-Jato.

Mobilização

 Para a servidora Ana Luiza Figueiredo Gomes, ex-dirigente da Fenajufe e do Sintrajud, a categoria não pode ficar nas mãos desses parlamentares e precisa reagir participando das atividades sindicais e das mobilizações. “Vamos retomar nossa mobilização nacional, chega de enrolação”, defendeu.

 

 O funcionalismo público federal prepara para 16 de junho um dia nacional de protestos, com atividades nos estados e manifestação centralizada em Brasília, onde se planeja promover a primeira marcha dos servidores federais desde que Temer assumiu a presidência. Sindicatos do Judiciário Federal também devem participar.




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