SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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9/5/2016

Estudantes ocupam escolas técnicas pelo direito à merenda e preparam ato para essa terça-feira

Secundaristas também lutam contra os cortes no orçamento e precarização das escolas técnicas e estaduais

Estudantes secundaristas de São Paulo voltaram a ocupar as escolas contra os cortes no orçamento e por merenda escolar. No início do ano, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cortou 78% das verbas das escolas técnicas (Etecs). O resultado dos cortes foi o fechamento de salas e cursos inteiros, cortes de funcionários e falta de materiais.

Para piorar a situação, desde o início do ano letivo, não tem merenda e, nas escolas que têm, o fornecimento é irregular. No caso das escolas técnicas, os estudantes dos cursos integrais são obrigados a ficar oito horas dentro da escola de estômago vazio. Algumas unidades até oferecem estruturas para que os jovens esquentem as marmitas que levam de casa, mas eles reclamam ser insuficientes.

Desde o início do ano, os secundaristas fizeram uma série de manifestações de rua, indignados com a falta de merenda e com as denúncias do Ministério Público de superfaturamento e pagamento de propina em contratos de fornecimento de alimentos para a merenda.

No dia 28 de abril, os estudantes paralisaram suas escolas e se uniram num ato na Avenida Paulista, que resultou na ocupação do Centro Paula Souza. Neste momento, já são 18 escolas técnicas, quatro escolas estaduais e três diretorias de ensino. Nem a reintegração de posse do Centro Paula Souza diminuiu a determinação destes estudantes, que, através de nota, prometem permanecer mobilizados contra os cortes na educação e pelo direito de ter merenda nas escolas.

Almoço, lanche ou luta

A pressão dos estudantes fez o governo do estado oferecer merenda seca em todas as etecs na semana passada. A proposta do governo é que os estudantes escolham se irão receber almoços ou lanches. Os secundaristas afirmam que não escolherão, pois o estado deve oferecer os dois. Em nota, afirmam: “Se for pra escolher entre o almoço ou o lanche, nós escolhemos continuar na luta!”.

Nesta terça-feira, 10, os estudantes preparam um ato unificado de todas as escolas técnicas para pressionar ainda mais o governo Alckmin para garantir merenda nas escolas. No chamado do ato, estudantes afirmam: “Não aceitaremos a precarização das escolas técnicas e estaduais, a falta de merenda e os baixos salários dos professores”. O ato acontece a partir das 9h, em frente ao Parque da Luz, em São Paulo.

Ocupações se espalham pelo país

Também acontecem ocupações de escola secundaristas no Rio de Janeiro e no Ceará por melhores condições de ensino. No Rio de Janeiro já são mais de 70 escolas ocupadas contra os cortes e a precarização na educação. As ocupações já duram mais de um mês, no entanto, o governador do estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ainda se nega a negociar com o movimento.

Nos países irmãos

Além do Brasil, os estudantes paraguaios também ocuparam suas escolas e, a pressão do movimento resultou na renuncia da ministra da educação, Marta Lafuente, no dia 5 de maio. A ministra foi acusada de estar envolvida em um esquema de superfaturamento na licitação para a compra de água e alimentos. Os estudantes também exigem melhoras na infraestrutura das escolas e a distribuição gratuita de livros e almoço.

No Chile, os estudantes foram às ruas contra a desmunicipalização do ensino, programa do governo da presidente Michel Bachelet, como uma resposta à crise da educação. A proposta de recentralizar a educação, tirando a pasta do âmbito municipal, tem sido atacada por estudantes como uma “farsa” que não resolve o problema estrutural do sistema da educação no Chile.

“A força dos estudantes secundaristas que enfrentam os governos e os cortes tem que servir de exemplo para os trabalhadores de que é possível lutar, de que não somos nós que devemos pagar pela crise”, afirmou, Raquel Morel, diretora do Sintrajud e servidora do TRE.




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