SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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29/4/2016

Governo e Congresso não aprovam reajuste que 2 dias de juros da dívida pagariam

Até agora nenhum dos projetos salariais do funcionalismo federal, mesmo os em que acordos foram fechados em 2015, teve sua tramitação concluída

Protesto nacional da categoria, na capital federal, em 2015: governo comprou votos para evitar reajuste. Foto: Valcir Araújo

Bastariam menos de dois dias do que foi pago de juros da dívida pública da União em 2015, de acordo com o Tesouro Nacional, para cobrir os recursos necessários para implementar o PLC 28 em 2015. Para pagar o PL 2648/2016 em 2016, menos de um dia de juros da dívida pública seria suficiente. Em 2015, a União pagou R$ 367,67 bilhões de juros – mas a dívida só cresceu e chegou em março deste ano em R$ 2,886 trilhões.

Nas contas da Auditoria Cidadã da Dívida, que considera o montante total usado para pagar juros e amortizações, em 2015 foram gastos R$ 962 bilhões com a dívida pública federal.

Valores que revelam quais são as prioridades deste governo e dos anteriores. A presidente Dilma vetou a auditoria, com a participação da sociedade civil, nas contas da dívida pública.

Nem o PL 2648 nem quaisquer dos projetos que preveem reajustes salariais para servidores dos três poderes da União tiveram seu desfecho definido pelo Congresso.

Às vésperas de ser afastada pelo Senado, a presidente Dilma Rousseff não honrou nem um acordo sequer dos vários selados com servidores do Executivo. O mesmo se deu com o “acordo” firmado entre o STF e o governo, à revelia dos servidores do Judiciário Federal, para aprovar o PL 2648. Não houve também, por parte da oposição liderada pelo PSDB e pelo PMDB pós-rompimento, qualquer movimento nesse sentido. Todos atuaram de comum acordo contra os servidores.

O que parece inacreditável é que, mesmo assim, há sindicalistas governistas e da CUT que atuam na Fenajufe que insistiam na tese de que foi a própria categoria, que saiu às ruas aos milhares em 2015 pela derrubada do veto 26, a responsável pela não aprovação do reajuste por não querer negociar. Omitem que todos os setores, inclusive os muitos que negociaram acordos, estão com o destino de seus projetos mais incertos do que nunca.

A presidente Dilma deixará o governo sem aprovar sequer um único projeto salarial dos servidores. E os destinos de todos esses projetos salariais, agora, caem num terreno ainda de mais incertezas. Esse quadro lamentável torna ainda mais necessário sair do 9º Congrejufe com a Fenajufe fortalecida para atuar com independência e determinação na organização das lutas da categoria.




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