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O Dia Internacional da Mulher deste ano foi comemorado em meio à rápida disseminação do Zika vírus, que já atinge mais de 40 países, tendo o Brasil como centro da epidemia. O elo entre a situação das mulheres e a transmissão do vírus é bem mais fácil de comprovar do que a ligação entre o Zika e a microcefalia.
Em Pernambuco, Estado que concentra a maioria dos casos de microcefalia, 77% das mães de bebês com a má formação estão abaixo da linha de pobreza extrema. Muitas dessas mães são adolescentes e muitas foram abandonadas pelos parceiros depois que os bebês foram diagnosticados.
Primeiro abandono
Elas enfrentam também o abandono por parte das políticas públicas. Como observou a repórter especializada em saúde Cláudia Collucci, da Folha de S. Paulo, a maioria das mães vive em locais sem saneamento básico, em habitações precárias. “Atrás dos bebês com microcefalia, reina a miséria absoluta”, resumiu a repórter.
Segundo a ONU, a melhor resposta para os problemas relativos ao mosquito Aedes aegypti é a garantia de acesso à água e ao esgotamento sanitário. A organização também fez um apelo para que os países afetados pelo vírus permitam que as mulheres recorram a métodos contraceptivos e ao aborto.
No entanto, ao fazer cortes no orçamento da saúde, do saneamento e de outras áreas sociais, o governo Dilma (PT) compromete a eficiência do combate à epidemia. Mais uma vez, as principais vítimas são as mulheres.
