SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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11/3/2016

Por que não participar do dia 13 nem dos dias 18 e 31

Em vez dos movimentos pró e contra impeachment, Sintrajud convoca servidores para Dia Nacional de Luta, em 1º de abril

  

O Sintrajud não participará nem dos atos convocados para o dia 13 de março, que serão construídos por um campo de direita, e nem dos atos construídos em defesa do governo, marcados para os dias 18 e 31 de março.

O Sindicato convoca os servidores a construir, com o Espaço de Unidade de Ação, o Dia Nacional de Luta contra as mentiras do governo, no dia 1º de abril. A proposta foi apresentada na reunião do Conselho de base foi submetida e aprovada na assembleia geral do último dia 5.

Por que não participar do dia 13

Os movimentos que chamam a manifestação do dia 13 - o MBL (Movimento Brasil Livre) e Movimento Vem Pra Rua – dizem levantar a bandeira da imprensa livre, liberdades individuais, coletivas e de expressão e principalmente o combate à corrupção. Entretanto, eles são os mesmos que chamaram as manifestações anteriores que tiveram o apoio da oposição de direita.

Agora esses apoios estão mais explícitos, trazendo PSDB de Aécio, citado quatro vezes em delações premiadas da operação Lava Jato da Polícia Federal e de Eduardo Cunha (PMDB), réu em processo no STF, acusado de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, como possibilidades de mudança.

A manifestação do dia 13 também tem o apoio de Jair e Bolsonaro, do PP de Paulo Maluf. 

Maluf e sua família já foram condenados a devolver uma fortuna de quase R$ 80 milhões à Prefeitura de São Paulo por desvio de dinheiro público no período de 1993 e 1996, quando prefeito da capital.

Bolsonaro é defensor da volta da Ditadura Militar, regime que seqüestrou, torturou e matou tantos ativistas políticos e trabalhadores. Como se isso não bastasse, Bolsonaro tem posturas machistas de desrespeito e humilhação a mulheres.

Por que não participar das manifestações de 18 e 31

As manifestações dos dias 18 e 31 são chamadas e organizadas pelo PT, o governo e a CUT – central que articula com o Executivo Federal a fim de impedir lutas e conquistas dos trabalhadores – além de contar com apoio de movimentos sindicais e sociais que formam a frente Brasil sem Medo. A frente declara o apoio à permanência de Dilma/PT na presidência, mesmo diante das políticas arrocho salarial, redução e retirada de direitos dos trabalhadores, reformas e ajustes econômicos que prejudicam toda a população, em especial a população mais pobre e trabalhadora.

O governo petista é citado por envolvimento no desvio milionário de recursos da Petrobras, objeto de investigação da Polícia Federal na operação Lava Jato, que já indiciou e prendeu vários membros do PT.

É importante lembrar que o governismo e a oposição de direita têm a mesma agenda. Ambos estão alinhados com o poder econômico. Assinam projetos, selam acordos e votam juntos quando a pauta é beneficiar bancos e investidores. Mesmo com toda crise, tanto o governo Dilma/PT, como os governadores e prefeitos do PT, e também o PSDB, PMDB, PSB e outros partidos, vem atuando em sintonia para jogar a conta da crise sobre as costas dos trabalhadores do serviço público e da iniciativa privada.

Dia Nacional Contra as Mentiras

Por esses motivos, o Sintrajud não participará de nenhuma dessas manifestações ajuda a construir o Dia Nacional de Luta contra as mentiras do governo ao lado da CSP-Conlutas, Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), Sindsef (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado de São Paulo), Sinsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo), Fasubra (Federação De Sindicatos De Trabalhadores Das Universidades Brasileiras), Sindicatos dos Metroviários e outras entidades e movimentos populares, como o Luta Popular.

Veja a resolução aprovada sobre o assunto na reunião da Coordenação Nacional da CSP Conlutas em fevereiro:

Construir um dia Nacional de lutas no dia 1º de abril: em defesa do emprego, contra a reforma da previdência e os ajustes fiscais, contra a privatização das empresas públicas e em defesa dos serviços públicos, contra Dilma e os governos estudais.

 A Coordenação Nacional da CSP Conlutas indica a realização, da forma mais ampla e unitária possível, de um dia nacional de lutas com os eixos acima propostos, mas com a possibilidade de que cada segmento incorpore as suas reivindicações específicas.

Propomos que esse dia de mobilização ocorra em 1.º de abril, com manifestações nos estados, assembleias nas empresas, panfletagens e agitação nos centros urbanos, e outras formas de mobilização que forem possíveis de acordo com a realidade de cada local ou região, categoria ou segmento social.  

A data simboliza as mentiras que o governo utilizou para a sua reeleição. Dilma disse que não mexeria nos direitos sociais, nos direitos trabalhistas e previdenciários, nem que a vaca tossisse e agora vem, na verdade desde o início do mandato, retirando direitos trabalhistas e previdenciários, como o PIS, o seguro desemprego, o auxílio doença, o seguro defeso; impõe um forte ajuste nas contas e agora anuncia uma reforma da previdência que pretende ter um largo alcance.

Nesta data também teremos em Belo Horizonte o tribunal popular que vai julgar o crime ambiental, social e trabalhista cometido pela Samarco/Vale/BHP, que resultou na morte de 19 pessoas, em sua maioria trabalhadores da mineradora. Representantes de movimentos sociais, juristas, intelectuais, ativistas da juventude e de diversas organizações vão se reunir e seguir denunciando essa barbárie que atingiu o povo de Mariana e as comunidades que vivem ao longo do Rio Doce. 




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