SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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10/3/2016

Servidores do Fórum Barra Funda realizam ato pela valorização da vida

Manifestação reuniu servidores, magistrados e advogados que fizeram um minuto de silêncio e exigiram mais segurança no prédio

Servidores do Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, advogados e magistrados participaram do um ato de luto, intitulado “Até quando?”, na tarde desta quita-feira, 10. A manifestação foi realizada em razão da tragédia que aconteceu ontem, 9, quando um homem cometeu suicídio no prédio.

Os servidores pararam o trabalho no Tribunal durante a realização do ato. Vestidos de preto, abriram guarda-chuvas pretos no átrio do tribunal para dar um tom de homenagem ao trabalhador que morreu e à sua família, e ao mesmo tempo questionar e protestar contra a inércia do tribunal no tocante à segurança do prédio e saúde do trabalhador.

Segundo informações, não se trata de servidor ou trabalhador terceirizado do TRT, o incidente aconteceu com um jurisdicionado que tinha uma ação de consignação em pagamento, o nome do rapaz era Mário Sérgio Carvalho de Souza.

Em menos de um ano, esse é o segundo suicídio ocorrido no prédio. Em maio do ano passado, um rapaz de 23 anos, autor num processo trabalhista, tirou a própria vida.

O clima entre os servidores nesta tarde ainda era de choque, consternação, dor e indignação. Os servidores fizeram falas e ressaltaram a falta de estrutura, de segurança e acompanhamento médico e psicológico no tribunal. “Para nós, este é um momento de luto e dor, estamos todos em choque, não aguentamos mais ter que voltar para casa depois de passar por situações como essas. Sabemos que é difícil prever um incidente como este, porém é preciso medidas de imediatas da administração para garantir segurança aqui neste fórum”, afirmou o diretor de base Marcus Vergne.

Participaram do ato o Sintrajud, representantes da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho - 2ª Região (AMATRA), Associação Advogados Trabalhista (AAT), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Centro de Valorização da Vida (CVV).

O psicólogo do Sintrajud, Daniel Luca, esteve presente no local e prestou solidariedade aos familiares do rapaz que morreu e aos servidores do Fórum. “As pessoas acham que não é possível impedir um suicídio, no entanto, muitas vezes um entrave ou, até mesmo, uma rede, pode fazer alguém desistir de cometer um suicídio”, esclareceu.

A desembargadora Elizete Barreto, auxiliar da Corregedoria, participou da manifestação e declarou que a Corregedoria já enviou um ofício para a presidência do TRT-2 pedindo providências quanto à segurança do Fórum. “Vamos colocar obstáculos para evitar que tragédias como estas voltem a acontecer”, ressaltou.

Para o servidor e diretor de base Henrique Sales, a Administração precisa resolver o problema de segurança no prédio de forma imediata. “Não é possível que por questões de arquitetura ou burocracia, a segurança dos servidores e usuários deste tribunal seja comprometida. Em primeiro lugar vem a nossa vida, queremos repeito e segurança”, declarou.

Por isso, os servidores aprovaram o indicativo de paralisação no Fórum, um dia por mês, até que este problema seja solucionado. A primeira paralisação ficou indicada para acontecer no dia 7 de abril. A proposta será legitimada em assembleia geral. “A administração tem que tomar uma medida com urgência, colocar rede de proteção é fácil, basta vender uma parte da frota do Tribunal”, afirmou o juiz Maurício Assali.

Ao fim do ato, servidores e usuários fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao trabalhador que faleceu no dia anterior. 




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