SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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8/3/2016

Servidores elegem representantes de São Paulo para o 9º Congrejufe

Em assembleia lotada, categoria escolheu os 51 servidores que vão representar o Sintrajud no Congresso da Federação

                          Foto: Joca Duarte

Mais de duzentos servidores estiveram presentes no último sábado, 5, na assembleia geral estadual do Sintrajud e elegeram os 51 representantes da categoria para o 9º Congresso da Fenajufe.  O Congrejufe será realizado entre os dias 27 de abril e 1º de maio, em Florianópolis (SC), e é um dos mais importantes eventos da categoria. É nesse fórum que será definida a direção da federação nacional, que terá o desafio de levar adiante a luta da categoria nos próximos anos.

Durante a assembleia, foram inscritas três chapas que apresentaram suas propostas antes da votação. A chapa 1, União e Luta, foi defendida pelas servidoras Aparecida Dias Lima e Sandra Tirlone. As servidoras ressaltaram que a disposição de todos os servidores que estavam pleiteando a ida ao congresso é unir a categoria, para lutar. “Estou construindo esta chapa porque acho importante pautar e apoiar a questão do Nível Superior para técnicos; acho que é importante respeitar e dar voz à luta dos técnicos, que são servidores como cada um de nós”, afirmou Aparecida.

A chapa 2, LutaFenajufe, defendida pelo servidor Tarcísio Ferreira, apresentou-se com um perfil antigoverno e de defesa dos interesses da categoria. “O que nos diferencia dos outros setores da federação é a defesa intransigente da luta da categoria; por isso é nossa tarefa levar o legado da greve do ano passado, definir as diretrizes de atuação da nossa federação e eleger uma diretoria responsável e comprometida”, declarou Tarcísio. Na assembleia, os integrantes da chapa distribuíram o manifesto LutaFenajufe (ler aqui), no qual reivindicam que a federação seja absolutamente independente de governos, administrações e totalmente autônoma em relação a partidos, além de não ser atrelada a CUT e ao “sindicalismo chapa-branca” que, na prática, continuam atuando na categoria como um “braço” do governo Dilma (PT).

Por fim, a chapa 3, Judiciário Progressista e de Luta, foi defendida pelos servidores Thiago Duarte e Rafael Sousa, que, assim como os representantes das outra chapas, apresentaram-se como parte dos ativistas que estiveram na linha de frente da greve do ano passado. “Em nossa chapa tem o nome “progressista” porque achamos que não basta se unir só pelas pautas da categoria; a nossa luta tem que ir além, tem que ser também por educação, saúde e pelo combate às opressões contra as minorias”, afirmou Thiago.

Após a votação, o resultado foi o seguinte: com 153 votos, a Chapa 2 LutaFenajufe, levará 39 delegados e 21 observadores, a Chapa 3 Judiciário Progressista e de Luta, teve 25 votos e levará 6 delegados e 3 observadores e, a Chapa 1 União e Luta teve 22 votos e levará 6 delegados e um observador.

                          Foto: Joca Duarte

Apresentação da diretoria de base

Antes da votação para delegados ao Congrejufe, os novos diretores de base, eleitos no final do ano passado, foram chamados e aplaudidos pela assembleia. Os diretores de base formam o Conselho de Base, instância do sindicato que está acima da diretoria executiva.

Para a diretora do Sindicato Inês Leal, é muito importante para o Sindicato ter um conselho de base forte, que tenha reuniões periódicas e consiga elaborar políticas para mobilizar a categoria.

“Grande parte dos grevistas que estavam no comando de greve se integraram à diretoria de base, o que é muito importante porque o conselho de base ajuda a comprometer os ativistas para que estejam no dia a dia, questionem o Sindicato e discutam as pautas. Isso fortalece a luta da categoria. Temos um time maravilhoso de diretores de base e é muito emocionante ver essa turma toda junta para construir cada vez mais a luta”, afirmou Inês.

8 de março de luta e contra o governo

Ainda durante a assembleia, a representante do Movimento Mulheres em Luta, Genilda Alves, fez o chamado para todos os servidores e servidoras presentes na assembleia participarem do ato do dia internacional de luta das mulheres. O ato acontece nesta terça, 8, na avenida Paulista, em frente ao MASP, a partir das 16h.

O ato será unificado e, o esforço das mulheres do setor de esquerda para que seja mantido o eixo aprovado nas reuniões de construção, que é de que a manifestação seja contra os ataques do governo a vida das mulheres, contra a reforma da previdência e por mais investimentos na saúde pública para combater a epidemia do zica vírus. “Na situação política em vive nosso país o 8 de março ganha ainda mais importância, e sabemos como essa crise e governo afeta a vida das mulheres trabalhadoras. O que eles chamam de igualdade entre homens e mulheres se converte em mais sacrifício para as mulheres, como no caso da reforma da previdência”, afirmou Genilda Alves.

“Por isso, vamos construir um 8 de março independente e contra o governo, o Sintrajud é um sindicato que sempre se manteve contra os governos e em defesa dos direitos dos trabalhadores, por isso temos que participar da manifestação, as mulheres não devem pagar pela crise”, finalizou.

Campanha Salarial

Os servidores também discutiram os últimos encaminhamentos da campanha salarial da categoria. O coordenador da Fenajufe, Adilson Rodrigues, relatou o andamento das negociações quanto ao PL 2648/2015, a partir da reunião realizada entre o diretor-geral do STF e representantes da Fenajufe.

De acordo com a proposta apresentada na reunião, em 2016 seriam aplicadas três parcelas do reajuste, em percentuais que incidem, em sua maior parte, sobre a GAJ e sobre o vencimento básico: em abril (5,18%), junho (10,36%) e novembro (13,47%).

A primeira parcela de 2017 é adiada de janeiro para junho (17,97% ) e a segunda para novembro (23,84%). As duas parcelas de 2018 seriam pagas em junho (27,3%) e novembro (integralizando 31,6%). A última das oito parcelas, em janeiro de 2019, totalizaria os 41,47%. A proposta mantém o uso do 13,23%.

 “A proposta só foi apresentada verbalmente até agora, apesar de terem se comprometido”, afirmou Adilson. “Não foi entregue nenhuma proposta escrita”, declarou. O coordenador da Fenajufe criticou também a postura da cúpula do Judiciário, que não mostrou nenhum comprometimento com o pleito da categoria. “O Judiciário tirou um posicionamento de priorizar a pauta da magistratura, com auxílio-moradia e data-base, tudo isso em detrimento do restante da categoria, que está sem reajuste há anos”, afirmou.

Os servidores ressaltaram que o PL, mesmo com as alterações, ainda não repõe as perdas acumuladas há dez anos. Para a servidora do TRF-3, Ana Luiza Figueiredo, só está sendo possível negociar com o governo reajuste em virtude da greve da categoria no ano passado. “Fizemos uma greve histórica e muito linda, e todo esse esforço, de alguma maneira distorcida, com todos os problemas, resultou nesse PL, que não nos impede de continuar lutando por nossas pautas e construir campanhas unitárias por data-base e carreira”, declarou.

“O conteúdo do projeto não contempla nossa reivindicação inicial, porém, a nossa avaliação não deve ser só pelo conteúdo do projeto, mas também pelo contexto e conjuntura em que nós estamos inseridos, por isso, temos que continuar insistindo na nossa pauta, mas com a responsabilidade de saber o modo correto de encaminhar e também com a consciência de que é preciso fechar este ciclo”, finalizou Tarcísio Ferreira.

Os servidores decidiram, por unanimidade, aguardar a apresentação do substitutivo por escrito. Caso a formulação apresentada pelo MPOG/STF seja a mesma apresentada à Federação pelo o Diretor Geral do STF, Amarildo Vieira, sem retirar o direito ao passivo trabalhista (retroativo) dos 13,23%, os representantes da federação estarão autorizados encaminhar a proposta. 




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