SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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11/1/2016

Ato contra aumento da passagem reúne milhares e é violentamente reprimido pela PM

Uma nova manifestação vai acontecer nesta terça-feira, 12, às 17h, na Praça do Ciclista

                                      Foto: Romerito Pontes

A Tropa de Choque e a Polícia Militar reprimiram com violência uma manifestação pacífica contra o aumento das passagens na última sexta-feira, 8, em São Paulo. O ato, que reuniu cerca de dez mil pessoas foi convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL) e teve a participação de sindicatos, centrais e movimentos sociais, como o Sindicato dos Metroviários de São Paulo e a CSP-Conlutas.

Os manifestantes saíram do Theatro Municipal e percorreram as ruas do centro da cidade, e cantaram frases de protesto como: “Mãos para o alto, 3,80 é um assalto", "3,80 nem tenta. O salário não aumenta. A gente vai pra rua e o governo não aguenta", e “eu não aguento mais um aumento".

Apesar de transcorrer pacificamente, desde o início a polícia militar e a tropa de choque mantiveram um policiamento ostensivo, deixando clara a disposição de encerrar a manifestação da pior forma: com repressão.

Quando a manifestação saiu do Vale do Anhangabaú e entrou na Avenida 23 de Maio, a Tropa de Choque investiu com muita violência, usando de bombas de gás e balas de borracha, reprimindo de forma generalizada o ato e transformando o centro numa verdadeira praça de guerra. Os milhares de manifestantes tiveram que dispersar a manifestação para tentar fugir da repressão e do gás lacrimogêneo.

Após o fim do ato, alguns ativistas tentaram fazer, isoladamente, ações mais radicalizadas pelo centro da cidade, mas foram impedidos pelo forte contingente policial e centenas de bombas.

"R$ 3,80 o povo não aguenta"

O ato foi um protesto contra o aumento de 8,57% nas tarifas de transporte público de ônibus, metrô e trem – de R$3,50 para R$3,80 -, que entrou em vigor no último sábado, 9.

Em declaração à imprensa, o ativista do MPL, Vitor Quintiliano, ressaltou o absurdo que é mais um aumento na tarifa de transporte público e chamou toda população a se somar aos atos. “Essa manifestação é parte de uma jornada que nós, do MPL, e outros parceiros nossos faremos, pedindo um Estado que beneficie a população, e não só os empresários que sempre andam de mãos dadas com o governo”, afirmou.

“O Estado tem a coragem de tomar medidas muito antipopulares, como não abrir postos de saúde, fechar escolas, bater em moradores de rua, provocar o genocídio da população negra e periférica e fechar os olhos para a péssima qualidade do nosso transporte. Se esses governos têm a coragem de governar desse jeito, a população tem que ter, sim, a coragem de ir para rua e combater todas essas medidas”, finalizou Vitor.

Trancaço

Nesta segunda-feira, 11, foi realizada uma nova manifestação contra o aumento das tarifas. Integrantes do Movimento Passe Livre bloquearam, por volta das 6h40, os terminais de ônibus Bandeira, no centro da cidade, e Pinheiros, na zona oeste. Parte dos manifestantes estendeu o ato para a Avenida Faria Lima, mantendo as vias ocupadas por cerca de meia hora.

Uma nova manifestação pela revogação do aumento das passagens de ônibus, trem e metrô foi marcada para as 17h desta terça-feira, 12, com concentração na Praça do Ciclista, que fica no cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação.




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