SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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29/06/2010

G20 define corte de salários e de aposentadorias para sair da crise

O acordo firmado entre as 20 maiores economia do mundo, reunidos no último final de semana em Toronto, no Canadá, prevê mais ataques sobre salários e aposentadorias em vários países. Segundo divulgado, as nações de primeiro mundo deverão reduzir seus ?déficits? pela metade até 2013 e equilibrar as contas públicas em relação ao PIB até 2016.

Isso significa que países como França e Alemanha deverão tentar reduzir gastos nas áreas sociais para garantir o pagamento de suas dívidas, em benefício do mercado financeiro, que detém os títulos dessas dívidas.

Para o sociólogo Gabriel Casoni a economia mundial está diante de um impasse. Conforme explica, nos últimos dois anos, os governos dos principais países do mundo deram mais 24 trilhões de dólares ao sistema financeiro com a intenção de evitar uma depressão econômica, entretanto, ?essa medida que ?amorteceu? a queda vertiginosa hoje cobra o seu preço?, diz.

Um outro problema apontado por Casoni é que esses recursos não foram aplicados na esfera produtiva e sim no mercado financeiros, alimentando outras bolhas especulativas. ?O problema de fundo que fez eclodir a pior crise econômica desde 29: a queda da taxa média de lucro, que se transparece no declínio acentuado dos investimentos privados produtivos em escala global e na superprodução de mercadorias, combinada com a hipertrofia do capital especulativo (ou fictício) que vigora por meio da recriação permanente das bolhas financeiras?, afirma.

?Resta saber se a classe trabalhadora européia aceitará esse brutal ataque. Os gregos com suas sucessivas greves gerais dão prova de resistência encarniçada. O destino próximo da Europa não estará somente nas mãos dos planos econômicos de sua burguesia. Mas, sobretudo, nos embates da luta de classes que se acirrarão no próximo período?, concluiu o sociólogo.

O elo mais fraco da corrente
Um dos países mais frágeis economicamente entre os que compõem a zona do Euro, a Grécia, tem sido o laboratório de implementação dessas medidas de austeridade, com o corte de salários e aposentadorias, aumento dos impostos sobre os trabalhadores e redução para as empresas.

Este cenário foi descrito pelo servidor público e membro da Federação de servidores públicos da Grécia Sortires Martalis, que esteve no Congresso da Classe Trabalhadora, realizado em Santos, no começo de junho.

Em entrevista coletiva ele disse: ?Se passam essas medidas de austeridade, a situação pode se estender para outros países. Esta crise não é um problema grego, mas do sistema. A luta é de todos os trabalhadores do mundo?, afirmou Sortires, que é professor secundarista.

Guardando-se as devidas proporções, qualquer semelhança entre tais medidas e projetos como o PL 549/09 no Brasil, que praticamente congela os salários e as contratações de servidores por dez anos, não parecem coincidência. Para Martalis, o ?laboratório? grego pode ser espelho para as políticas de governos e setores que dominam a economia mundial. ?Com isso, a luta dos trabalhadores da Grécia passa a ser a luta dos trabalhadores de todo mundo?, concluiu.

?Não é só o PL549/09 que representa o congelamento, as iniciativas do governo Lula para acabar com a greve e atrasar a aprovação do PCS são tentativas de congelar os salários e demonstrar aos banqueiros internacionais e nacionais que o pagamento das dívidas externa e interna será garantido?, explicou Inês Castro. Para ela, isso é mais ima razão para fortalecer a greve em defesa do PCS.




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