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"Estamos chegando na metade do ano. Dos 182 dias que constituem seis meses, os servidores ficaram de braços cruzados por pelo menos 50. Tudo isso na luta pelo PCS. Contudo, a mobilização dos servidores vai além da questão salarial, se trata de uma greve em defesa do serviço público de qualidade.
Embora a greve esteja arrancando as negociações com o governo federal, o presidente Lula e seu ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, têm argumentado que não há recursos para atender às reivindicações dos servidores. O mais recente estudo do Coordenador do Departamento Econômico do Sintrajud, Washington Lima, entretanto, revela que de janeiro até o começo de junho o governo Lula não havia executado todo o orçamento previsto para o período, gerando um saldo orçamentário na ordem de R$ 117 bilhões. Leia aqui estudo completo.
O estudo tem como ponto de partida o raciocínio de que até 4 de junho o governo central deveria ter executado 42,2% do orçamento autorizado para o ano, ação não realizada em nenhum dos Grupos de Natureza de Despesa (GND).
Nesses primeiros seis meses, o único GND em que o governo pagou a mais do que o previsto foi no pagamento dos juros. “Neste grupo, o governo gastou R$ 5,7 bilhões a mais. Orçamento necessário para pagar mais de um ano de PCS”, explica Washington.
Entre os outros GNDs que não foram executados conforme programado, ficando como sobras orçamentárias, estão as Despesas de Pessoal e Encargos Sociais, Inversões Financeiras, Reserva de Contingência e Investimentos, entre outros.
O problema desta economia, sempre de acordo com Washington, é que todos os recursos não gastos vão para o pagamento de juros da dívida. “É importante ressaltar que, em geral, qualquer sobra orçamentária, torna-se superávit primário. Como o pagamento dos juros da dívida é maior do que o superávit, todo valor do orçamento que não for executado termina na prática indo para o pagamento dos juros”, afirmou.
Esta informação é importante para que a categoria tenha claro que é necessário seguir lutando pelo PCS. Este estudo reforça ainda mais o fato de que o governo federal tem dinheiro para pagar o PCS e somente a greve fará o Poder Executivo atender as reivindicações da categoria. “É preciso ter claro que se esses recursos não vierem para os servidores do Judiciário Federal, eles irão para o pagamento de juros aos banqueiros nacionais e internacionais”, afirma Washington.
Leia aqui estudo completo"
