SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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11/06/2010

Sem água e comida, servidores do TJ deixam Fórum João Mendes e continuam na luta

TJ-SP não negocia e adota medidas truculentas contra trabalhadores em greve

Foram quase 48 horas sem comer, no frio e dormindo no chão do Fórum João Mendes. Mas cerca de 80 servidores resistiram à truculência da administração do Tribunal de Justiça de São Paulo e da Polícia Militar. Proibiram a entrada de alimentos e a PM confiscava qualquer tentativa solidária de envio de comida. Retiraram os bebedouros, cortaram a eletricidade. Nem remédios passavam pela barreira armada contra os trabalhadores. Funcionários terceirizados tentavam burlar a repressão e às vezes conseguiam levar alguma ajuda aos colegas trabalhadores. Uma delas, da limpeza, segundo Thiago Clemente do Amaral, servidor do Judiciário Estadual, foi demitida. O motivo: ter cometido a ?falta? de levar alimento a um lutador.

Servidor desde 2005, Thiago foi um dos presentes na ocupação. Foram horas de forte repressão de um lado e resistência do outro, onde chegaram ao ponto de dividirem duas maças entre 70 pessoas para se manterem de pé.

Truculência
O Fórum João Mendes estava ocupado desde às 16h de quarta, dia 9. Nesta sexta, ao meio-dia, os servidores decidiram sair. ?Além de não negociar e descontar os dias parados, o que aconteceu foi um verdadeiro absurdo. A falta de sensibilidade foi em todos os sentidos, moral, legal e humano?, diz.

Os servidores reivindicam 20,16% de reposição salarial e defendem o respeito à data-base, o que não acontece há três anos. ?O TJ-SP não deu nenhuma contraproposta, mas sim o desconto dos dias?, afirma. ?É um absurdo, quem mais deveria conhecer a lei, recorta-a do jeito que bem entende?, destaca, em referência ao ataque ao direito de greve, previsto no artigo 37 da Constituição Federal.

Segundo Cláudio Klein, diretor de base do Sintrajud, que foi prestar solidariedade em frente à ocupação, o mais triste dessa história foi a intransigência do presidente do TJ Antonio Carlos Viana Santos. De acordo com ele, a truculência com que foram tratados os servidores impressionou. ?Foi uma falta de sensibilidade muito grande com a força material mais preciosa do TJ, a humana.?

A greve que teve início no dia 28 de abril ficou mais fortalecida, segundo Thiago. No entanto, os servidores não têm, por trás o respaldo de um sindicato. A entidade que deveria os representar, o Sindicato União, recebe imposto sindical de todos os servidores do estado, mas está fora da greve. A entidade simplesmente exibe uma mensagem em seu site dizendo que: ?não está participando do Comando de Greve, nem da mobilização dos servidores para a continuação da greve?. Com esse sindicato de fachada, Thiago explica que existem cerca de 40 associações de servidores no estado, de cunho assistencial, e que sete mais combativas estão efetivamente na greve.

Da Redação do Sintrajud.




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