SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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08/06/2010

Após ato da greve, STF recebe servidores e reafirma que levará posição fechada ao governo

O barulho ?insuportável? das cornetas, batizadas de vuvuzelas em função da Copa do Mundo na África, foi mencionado pelo diretor-geral do STF, Alcides Diniz, assim que ele recebeu representantes do Sintrajud e do Comando Nacional de Greve em sua sala, logo após o ato que reuniu cerca milhares de servidores na tarde desta terça-feira (8), em Brasília. ?Ele falou que não conseguiu trabalhar com o barulho, que os ministros [não aguentam mais] as vuvuzelas da greve, não aguentam mais esse barulho?, disse Adilson Rodrigues, servidor da Justiça Federal de Santos, diretor de base do Sintrajud e um dos que participaram da reunião.

E foi após o ?barulho? de uma manifestação que reuniu servidores em greve de praticamente todos os estados do país, que o diretor-geral do Supremo confirmou que levará nesta quarta-feira (9) ao Planejamento uma posição fechada do Judiciário em torno da aprovação do PL 6613/2009, que revisa o PCS. Irá acompanhado dos diretores-gerais de todos os tribunais superiores. ?Ele reconheceu que demorou a confirmar a reunião, e disse que o problema foi com o governo, não com o STF. Disse que o Judiciário está com posição fechada e que ela será levada ao Planejamento para que se busque resolver logo a questão?, relata Adilson.

Segundo Diniz repassou aos servidores, o próprio presidente do STF, Cezar Peluso, já demonstrou descontentamento com o fato de outros projetos já terem sido aprovados na Câmara, entre eles o dos servidores daquela própria Casa, e o do Judiciário continuar parado na Comissão de Trabalho.
Os representantes do Comando de Greve reivindicaram a participação da federação e dos servidores na reunião no Planejamento, prevista para começar por volta das 18 horas. Diniz ficou de levar isso ao presidente do STF e depois retornar com a resposta.

Os servidores solicitaram ainda que Peluso receba a direção da Fenajufe nesse processo de negociação. O diretor-geral outra vez ficou de encaminhar a questão, destacando que isso teria chances maiores de acontecer a partir de um eventual resultado mais concreto da reunião desta quarta.

Os servidores também criticaram as recentes decisões liminares contrárias ao direito de greve. ?Nós levamos para ele a contradição que é o Judiciário tentar defender o projeto que é de sua autoria e o próprio Judiciário atacar a greve, que só acontece porque [a cúpula] deste mesmo Judiciário não [agiu] como deveria na [defesa] do projeto?, disse Adilson.

A reunião com o diretor-geral foi marcada por intermédio do Sintrajud, cujos dirigentes, assim que confirmaram o encontro, convidaram a federação nacional a participar. Também estiveram na negociação, pelo Comando de Greve, os dirigentes da federação Saulo Arcangeli (MA), Zé (RS), Valter (RJ) e Melqui (SP), além do servidor Rogério, do TRF paulista.

Antes da negociação, alguns milhares de servidores se manifestaram em frente ao STF. Portando apitos e cornetas, fizeram barulho ensurdecedor. ?A gente tem que incomodar o Judiciário, ele tem que tomar um posicionamento com relação ao nosso projeto, esse empurra-empurra na Ctasp é inadmissível?, disse Rosicler Bonato, servidora da Justiça do Trabalho do Paraná, que participou do ato. ?Hoje manifestamos nossa indignação diante dessas liminares, que são um desrespeito ao nosso direito constitucionalmente garantido de greve, é inadmissível, não podemos aceitar?, opinou a representante do sindicato paranaense (Sinjutra).

Naturalmente, a grande maioria dos servidores que esteve no protesto é de Brasília. Mas praticamente todos os estados em greve estiveram representados e reafirmaram, do carro de som, a determinação de manter a paralisação nacional até que o governo ceda e aceite um acordo.

Mas o recado do protesto desta tarde também teve um aspecto simbólico. Ao som barulhento das vuvuzelas, a categoria mostrou à cúpula do Judiciário que não vai se curvar a decisões judiciais que parecem mais relacionadas a posições políticas de combater a greve do que aos aspectos legais do que está sendo julgado.




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