SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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06/06/2010

Haitiano propõe jornada mundial de protestos contra ataques a trabalhadores

O tom internacionalista marcou a abertura do Congresso da Classe Trabalhadora, iniciado na manhã de sábado (5), em Santos, litoral de São Paulo.

O líder sindical grego Sotires Martalis foi recebido de forma calorosa pelos quatro mil trabalhadores que participam do congresso que deverá fundar, neste domingo (6), uma nova central. A organização deve extrapolar os limites da esfera sindical, abrangendo também movimentos populares e sociais.

?Vim trazer um forte abraço militante dos trabalhadores que lutam na Grécia?, disse Martalis, que é professor e dirigente da Federação dos Servidores Públicos da Grécia.

O ativista integra a delegação internacional presente ao congresso, que reúne 140 pessoas de 26 países. Estão presentes, entre outros, trabalhadores japoneses, alemães, argentinos, bolivianos, venezuelanos, norte-americanos, russos, espanhóis, franceses, hondurenhos, italianos, suíços e uruguaios. Os convidados estrangeiros foram chamados a subir ao palco para o ato de saudação aos congressistas.

Na abertura do evento, apenas Martalis e o líder haitiano Didier Dominique falaram. ?Nós estamos propondo a esse congresso que se faça não só a solidariedade, mas uma luta comum?, disse Didier, também recebido com barulho e a palavra de ordem que dizia ?Fora já, fora já daqui, Obama do Iraque, Lula do Haiti?. Ele prometeu apresentar proposta formal por uma jornada de lutas internacional dos trabalhadores, que aconteceria no período de 28 de julho e 15 de outubro. As datas são simbólicas para a história de resistência do povo do Haiti à dominação imperialista. Povo que vem se levantando contra a atual ocupação militar do país, promovida pela ONU (Organização das Nações Unidas), sob a liderança do governo brasileiro e o controle dos Estados Unidos.

Grécia e laboratório, diz servidor grego
Ao defender a solidariedade internacional dos trabalhadores, o dirigente grego criticou o recente ataque militar de Israel às embarcações que levavam ajuda humanitária à Faixa de Gaza, na Palestina, que chamou de ato criminoso. ?Quero estender minha voz e solidariedade à luta do povo pela libertação palestina?, disse.

Ao falar da crise que atinge a economia capitalista na Grécia, Martalis disse que a ?União Européia está sendo atacada pelo sistema financeiro?. Disse ainda que o seu país é hoje um porto para experiências que tentam aumentar a exploração dos trabalhadores e que, se forem bem sucedidas, podem se estender para outros países. ?A Grécia é um país periférico da Europa, mas agora se transformou no centro da luta de classes europeia?, afirmou.

Ele destacou que as quatro greves gerais que ocorreram no país nos últimos meses foram mais do que paralisações, foram movimentos que obtiveram a solidariedade e o envolvimento da sociedade. E reafirmou a convicção de que o que acontece na Grécia vai além das fronteiras do país. ?Essa luta é comum a todos os trabalhadores do mundo?, disse, sob aplausos dos delegados, observadores e convidados do congresso.

Essa face da abertura da atividade foi encerrada ao som da Internacional Socialista, hino consagrado às lutas dos trabalhadores de todo o mundo. ?Viva a classe trabalhadora internacional, viva a união dos trabalhadores, viva o socialismo?, saudou um dos coordenadores da mesa ao concluir essa etapa do evento.

Por Hélcio Duarte Filho, enviado a Santos (SP)
Luta Fenajufe Notícias
Sábado, 5 de junho de 2010






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