SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
.

Notícias do site antigo

12/05/2010

Greve atinge 18 estados nesta quarta e TSE terá audiência com Planejamento

"Dia será de novas adesões à greve e de pressão em Brasília

No dia em que a greve do Judiciário Federal promete atingir ao menos 18 estados do país, o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Ricardo Lewandowski, deve se reunir com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para tratar do projeto que revisa o plano de cargos e salários da categoria.

A notícia foi transmitida à direção da federação nacional (Fenajufe) pela secretária do ministro, por volta das 21 horas desta terça-feira (11) em Brasília. Não estava ainda definido o horário da reunião, por conta de um acerto de agendas, mas, a princípio, será pela manhã. A previsão é de que o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, também participe do encontro, segundo o TSE. As informações foram repassadas pelo diretor do Sintrajud e da Fenajufe, Antonio Melquíades, o Melqui.

A reunião acabou sendo marcada no mesmo dia em que representantes do Comando de Greve estiveram com Lewandowski, pela manhã, para explicar os motivos da greve e cobrar empenho pela aprovação do PCS na Câmara.

O ministro respondeu aos servidores que a direção do TSE tem se esforçado muito nesse sentido. Disse ainda que sua assessoria fez pelo menos 12 ligações telefônicas para o Planejamento tentando, sem sucesso, marcar a reunião, informação que, segundo relatos, ele teria ""confirmado"" pedido o testemunho da secretária.

Informou ainda, segundo divulgado pela Agência Fenajufe de Notícias, que na reunião que tivera na semana passada com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), este teria ligado para sua assessoria e pedido para que o projeto do PCS do Judiciário fosse incluído na pauta da reunião de líderes do dia 11 de maio. São nessas reuniões que são acordadas as prioridades dos deputados.

Supremo visita a Câmara

À tarde, o presidente do STF, Cezar Peluso, esteve na Câmara num encontro a portas fechadas com lideranças partidárias e o deputado Michel Temer. Ao final da reunião, após despedir-se de Peluso, Temer relutou mas acabou falando com jornalistas sobre o teor da conversa. Indagado se o assunto “salário” estivera em pauta, disse que não, que a visita foi uma cortesia do Poder Judiciário com o Legislativo. A versão foi repetida depois a servidores pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Ao final da tarde, o presidente do STF recebeu em seu gabinete deputados da Comissão de Trabalho (Ctasp), onde se encontra o projeto do PCS (PL 6613/2009). Segundo relato do deputado Luciano Castro, o ministro solicitou aos parlamentares agilidade na votação da proposta e pediu que ela fosse aprovada na sessão dessa quarta (12) da Comissão de Trabalho. Os deputados, disseram que isso não era possível porque o governo continuava bloqueando a proposta. Sustentaram ainda que é preciso negociar com o ministro Paulo Bernardo uma solução para o projeto.

Ao final do encontro, o presidente da Ctasp, Alex Canziani (PTB-PR), voltou a afirmar que será marcada audiência com o ministro Paulo Bernardo, mas sem indicar a data. “Nós precisamos buscar um entendimento. Se, por um lado, o Planejamento fala que não é possível aquilo que se pretende, nosso entendimento da Comissão de Trabalho é de que é necessário o reajuste. O percentual é que nós podemos discutir. E é fundamental que haja um acordo para que a matéria possa ser votada o mais rápido possível, quem sabe até abreviando a tramitação”, disse Canziani, segundo divulgado pelo site do STF.

O Supremo seria representado nessa audiência por Alcides Diniz, diretor-geral. Segundo o mesmo site, Diniz teria dito que a diretriz do presidente do Supremo é buscar um diálogo que permita a aprovação do PL 6613/2009. Ele citou a defasagem com relação a outras carreiras e o índice de evasão de 25% do quadro como problemas que preocupam e precisam ser resolvidos.

O deputado Luiz Carlos Busato (PTB-RS), ainda segundo a página do STF, declarou que a reunião permitiu a formação de “uma mesa de negociação” com representantes do Planejamento e técnicos do Supremo. “A nossa intenção é achar um acordo para que haja reajuste para o funcionalismo. Nós não aceitamos um ‘não’ simplesmente”, teria dito.

""A força da greve”

A negociação de Lewandowski no Planejamento ocorre em um dia especial para a greve no Judiciário e MPU, quando servidores de mais seis estados devem parar - Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rondônia/Acre (JT), além do Distrito Federal e da 15ª Região da Justiça do Trabalho , cuja sede é em Campinas.
Os trabalhadores do Rio de Janeiro, que pararam por 24 horas na terça-feira (11), emendaram o protesto com a paralisação por tempo indeterminado. Os servidores do Pará e Amapá aprovaram o início da greve para o dia 14 de maio. No Mato Grosso do Sul a categoria faz assembleia geral para decidir sobre a greve nesta quarta (12).

Já estavam parados os trabalhadores do Amazonas (TRE e JT) e Roraima (JT) – ambos desde o dia 3; Mato Grosso (desde o dia 5); São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Alagoas e Maranhão (desde o dia 6); Bahia (TRE desde dia 7; JF e TRT desde o dia 10) e Piauí (desde o dia 10).

Também será um dia marcado por atos contra o congelamento salarial, cujo projeto está na pauta de votação da Comissão de Trabalho (PL 549/2009). Em Brasília, onde os servidores do Judiciário Federal e do MPU fazem assembleia de greve, haverá pressão do funcionalismo dentro da Câmara. ""Não tenho dúvidas que eles [a cúpula do Judiciário] só estão se mexendo agora em função da greve da categoria"", avalia Melqui. Para o dirigente sindical, é a força do movimento paredista que será capaz de fazer a negociação avançar e de enfrentar as ameaças de retaliação feitas pelo governo Lula.

Por Hélcio Duarte Filho
Luta Fenajufe Notícias

"




Voltar