Sintrajud repudia a decisão de Marisa Santos pela demissão da servidora Beatriz Massariol


19/07/2022 - Shuellen Peixoto
Presidente do TRF-3 decidiu pela demissão desconsiderando os problemas de saúde da oficiala; Sindicato defende a reintegração imediata.

A diretoria do Sintrajud, por meio de nota, manifestou o repúdio à demissão da oficiala de justiça e diretora do Sindicato Beatriz Massariol. A decisão foi publicada nesta segunda-feira, 18 de julho, e é considerada pela direção um absurdo.

Na avaliação da diretoria, a decisão da presidente do TRF-3, desembargadora Marisa Santos, ignorou os agravos à saúde de Beatriz, diretamente relacionados à gestão e às condições de trabalho na Central de Mandados Unificada (Ceuni). A comissão processante deu parecer contrário à demissão, que também foi desconsiderado pela presidente do Tribunal.

Para diretoria do Sindicato, a decisão também desconsidera os 26 anos de contribuição na Justiça Federal e o trabalho exemplar que a servidora cumpriu ao longo deste tempo. Desconsidera que o trabalho no ambiente do judiciário é feito por pessoas que podem passar por situações de adoecimento.

Além disso, ainda na avaliação da direção, a decisão revela uma postura antissindical e de perseguição política, já que a colega é diretora do Sintrajud, depois de ter integrado a diretoria de base e a diretoria da associação dos oficiais de justiça, sempre se colocando à frente da luta em defesa dos direitos da categoria.

O Sintrajud defende a reintegração imediata da oficiala de justiça Beatriz Massariol e adotará todas as medidas cabíveis para a reversão da decisão da presidente do Tribunal. O pedido de reconsideração foi protocolado na noite desta segunda-feira, 18. Uma campanha pela reintegração de Beatriz já está sendo construída em conjunto com outros sindicatos e entidades de todo o país.

 

NOTA DE REPUDIO A ADMINISTRAÇAÕ DO TRF-3 PELA DEMISSÃO DE BEATRIZ MASSARIOL     

O Sintrajud manifesta seu mais absoluto repúdio à decisão da presidente do TRF-3, desembargadora Marisa Santos, pela demissão da oficiala de justiça e diretora do Sintrajud Beatriz Massariol, por supostas infrações, e defende a urgente reversão da decisão.

A decisão desconsidera os problemas de saúde enfrentados por Beatriz e seus impactos, diretamente relacionados a sérios problemas de gestão e condições de trabalho na Central de Mandados Unificada (CEUNI) da capital. Todos estes pontos foram elucidados no processo, sobretudo o ambiente hostil de trabalho, como a falta de apoio aos oficiais.

Ao invés de uma política ativa de acolhimento e cuidado com a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, a postura da administração culpabiliza as próprias vítimas pelos agravos e ataques sofridos. Essa postura não é isolada e, neste caso, é levada ao extremo.

A medida vem em um contexto de exacerbação do assédio moral e institucional no Judiciário e nas organizações públicas em geral, de piora das condições de trabalho, e de crescentes ataques aos serviços e servidores públicos.

É importante destacar que a comissão processante, que conduziu todo o processo, havia chegado à conclusão distinta, que não indicava a demissão, porém a presidente do Tribunal desconsiderou este parecer e resolveu aplicar a punição à servidora.

Além das dificuldades que vem enfrentando, Beatriz tem 26 anos de dedicação e serviços prestados à Justiça Federal, o que demonstra o quão absurda e inaceitável é tal medida, que também pode ser encarada como uma atitude antissindical. Além de integrar a atual diretoria do Sintrajud, Beatriz já foi também diretora de base e dirigente associativa, sendo ativista em defesa dos direitos e condições de trabalho em seu local, e contando com a confiança e o respeito dos colegas.

Beatriz têm um histórico funcional exemplar, inclusive com registros de elogios nestas quase três décadas de dedicação ao serviço público e, em virtude do difícil ambiente de trabalho, havia pedido remoção para outra lotação, de modo a afastar-se da situação e poder retomar a normalidade de seu trabalho e de sua vida. No novo local de trabalho estava desempenhando suas atribuições de forma zelosa, como de costume, o que somente ratifica a necessidade de revisão da pena de demissão, que coloca a servidora e sua família em situação de extremo desamparo.

O Sintrajud adotará todas as medidas cabíveis pela reversão da decisão e levará adiante campanha pela reintegração da companheira, construindo um movimento de solidariedade na base da categoria no estado e em todo o país, e em outras categorias e movimentos.

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