Sintrajud participou de ato e missa em homenagem a estudante da USP morto pela ditadura militar


23/03/2023 - Niara
Alexandre Vanucchi Leme foi assassinado sob tortura no DOI-CODI paulista, há quase 50 anos, em 17 de março de 1973.

Foto: Arquivo pessoal

Na última sexta-feira (17), o servidor aposentado e fundador do Sintrajud, Wanderley Pedro de Oliveira, representou o Sintrajud na missa e homenagem ao estudante da USP assassinado pela ditadura militar, Alexandre Vanucchi Leme.

 

Ato e missa marcaram os 50 anos da bárbara execução do estudante por torturadores. Alexandre tinha 22 anos. Os militares teriam interesse em saber quais as funções que Alexandre desempenharia em uma das organizações que combatiam o regime militar na época, a ALN (Ação Libertadora Nacional), e como ela funcionaria.

 

Para Wanderley, que também foi torturado durante a ditadura e que atuava nos núcleos eclesiais de base da Igreja Católica, a atividade foi emocionante. “Conheci o Alexandre, estivemos lado a lado. Estamos dando publicidade à história de pessoas como nós que estiveram nessa resistência, registrando para que essas informações não morram. O torturador Ustra matou um menino, estudante. A história da ditadura militar continua silenciosa. Esse menino foi sequestrado e levado ao DOI-CODI, e foi morto”, relembra.

 

O servidor aposentado defende que o Sintrajud e a Fenajufe participem da Comissão da Verdade porque o “Judiciário precisa ser democraticamente atualizado”.

 

Alexandre foi enterrado como indigente e cinzas chegaram à família mais de dez anos depois.

 

O livro “Eu Só Disse o Meu Nome”, do jornalista Camilo Vannucchi, primo de segundo grau de Alexandre, revisita detalhes do caso, e está em pré-venda. Uma exposição online sobre a vida e atuação do estudante será lançada pelo Instituto Vladmir Herzog.

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