Sintrajud denuncia assédio moral contra oficiais de justiça nas varas do TRT

Diretores do Sintrajud e representantes dos servidores reuniram-se com o presidente do TRT

O Sintrajud vai denunciar formalmente ao presidente do TRT, desembargador Wilson Fernandes, os casos de assédio que oficiais de justiça transferidos para as varas já estão relatando, poucas semanas depois de assumirem a nova lotação.

Um dos casos mais graves é o de um oficial que tem deficiência visual e que foi explicitamente “rejeitado” pela diretora da vara depois de não conseguir um monitor de computador adaptado às suas necessidades. Antes de ser transferido, o oficial trabalhava em casa, com um monitor adaptado.

Em outras situações, oficiais estão sendo obrigados a permanecer diante do computador durante todo o expediente, sem ter o que fazer, ao mesmo tempo em que são impedidos de sair às ruas para cumprir mandados. Por causa disso, alguns oficiais chegam a cumprir os mandados fora do horário de expediente.

Também há relatos de desrespeito, perseguições e de atitudes autoritárias por parte de diretores de vara. Os casos foram levados ao presidente do TRT por diretores do Sintrajud e representantes dos servidores que se reuniram com o desembargador na última sexta-feira, 27. O Sindicato também foi representado pelo advogado Cesar Lignelli, do departamento jurídico.

O encontro marcou a retomada do diálogo entre o desembargador e a categoria, após um período de interrupção da rotina de reuniões mensais com a atual administração do Tribunal. Nesse período, os oficiais de justiça fizeram duas greves contra a transferência para as varas, determinada por um ato da Presidência (Ato GP 05/2017).

Partiu do próprio desembargador Wilson Fernandes o pedido para que os relatos de assédio sejam formalizados pelo Sindicato. “O relato formal, por escrito, servirá para fazermos uma intervenção, que terá efeito pedagógico”, disse.

Ele concordou com os servidores quanto à necessidade de uma ampla campanha contra o assédio moral na Justiça Trabalhista e sugeriu que esse tema envolva também a Escola Judicial (Ejud). “Não basta fazermos intervenções pontuais, precisamos de uma mudança cultural”, afirmou.

Participaram da reunião os diretores do Sintrajud Fabiano dos Santos, Henrique Sales (Fórum Ruy Barbosa), Lynira Sardinha (oficial da JT Cubatão) e Cláudia Morais (oficial do Fórum Ruy Barbosa), além dos oficiais Neemias Ramos Freire (da Central de Mandados e presidente da Aojustra, a associação de oficiais do TRT) e Silvio Cesar dos Santos (JT Barueri), bem como o advogado Cesar Lignelli.

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