Sindicatos de todo o país aprovam calendário de mobilização contra “pacote de maldades”


27/11/2019 - Shuellen Peixoto

Mais de 200 representantes de entidades de servidores públicos federais, estaduais e municipais de todo o país estiveram reunidos em Brasília na terça-feira, 26 de novembro, para debater um calendário unificado de mobilização contra o Plano ‘Mais Brasil’, apresentado ao Senado por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes e subscrito por 34 senadores, e os ataques promovidos por governadores e prefeitos. A reunião foi convocada pelas centrais sindicais CUT, CTB, CSP-Conlutas, CGTB e Intersindical.

Durante a reunião, os trabalhadores debateram os sucessivos ataques dos governos ao funcionalismo e aos serviços públicos em todas as esferas. A avaliação é de que nenhuma categoria isoladamente vai conseguir derrotar a ofensiva do governo e garantir um futuro para os serviços públicos, por isso a necessidade de construção da luta unificada.

O calendário de lutas aprovado tem início ainda em 2019. A semana entre os dias 2 a 6 de dezembro será de agitação e panfletagem contra Medida Provisória 905 e as PECs 186, 187 e 188, nos estados. A plenária também aprovou um indicativo de construção de um dia nacional de mobilização e paralisação no dia 18 de março.

Para o diretor do Sintrajud e coordenador da Fenajufe, Fabiano dos Santos, a realização de uma plenária com centenas de entidades sindicais de todo o país é positiva. “Consideramos que o calendário aprovado é um avanço, apesar de ainda ser muito tímido, mas deve orientar as categorias na construção de um enfrentamento forte diante do ataque que o governo vem desferindo contra o serviço público”, afirmou. Fabiano esteve na plenária representando a direção do Sintrajud.

O dirigente destacou também a boa participação dos servidores do Judiciário Federal e MPU de vários estados. “Esperamos que a boa participação das entidades de base da Fenajufe se traduza em uma efetiva mobilização da categoria, com a participação mais forte da Federação nesse processo”, finalizou.

Veja a íntegra do plano de ação aprovado:

  1. Plano de Ação Unitário em defesa dos serviços públicos
    1. Realizar ampla divulgação do manifesto aprovado na Plenária, convidando as entidades democráticas, sindicais, sociais e civis a assinarem o manifesto em apoio ao movimento.
    2. Criar um comando unitário nacional e frentes únicas nos Estados para organizar um trabalho nos parlamentos e na base, unificando as mobilizações e lutas de forma a amplificar suas narrativas e argumentos junto à opinião pública e meios de comunicação.
    3. Unificar o trabalho parlamentar e de todas as entidades nas duas Casas do Congresso Nacional, nas assembleia estaduais e nas câmaras municipais, de forma a potencializar as posições em defesa dos serviços públicos, das empresas públicas e estatais, do Brasil e dos trabalhadores e trabalhadoras.
    4. Articular e potencializar o trabalho de comunicação de todas organizações e entidades inseridas nesta batalha, visando atingir de forma intensa a comunicação junto à opinião pública. Neste sentido, indicamos uma reunião de todos os setores de comunicação das entidades sindicais para discutir uma campanha publicitária unificada de defesa dos serviços públicos e das estatais.
    5. Potencializar a repercussão das ações junto aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Neste sentido, buscar alinhar as ações e capacidade de mobilização de forma a que os movimentos tenham mais força e maior impacto. Construir uma agenda unitária de lutas e atividades até o fim do ano.
    6. Articular com as diversas Frentes Parlamentares a realização de eventos em todas as Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais em defesa dos serviços públicos, das empresas públicas e estatais, do Brasil e dos trabalhadores e trabalhadoras.
    7. Articular a aprovação nas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais de moções dirigidas aos deputados federais e senadores em defesa dos serviços públicos, das empresas públicas e estatais, do Brasil e dos trabalhadores e trabalhadoras, em especial contra a MP 905, as PECs 186, 187 e 188, a reforma administrativa e as privatizações.
    8. Articular uma estratégia de ação unitária no campo jurídico em relação aos projetos contrários aos interesses desta ampla frente sindical em defesa dos serviços públicos, das empresas públicas e estatais, do Brasil e dos trabalhadores e trabalhadoras.
    9. Posicionar-se contra a PEC que prevê a redução da jornada e redução proporcional de salários e subsídios, e todas as medidas em tramitação contra os interesses soberanos do Brasil e dos trabalhadores e trabalhadoras.
    10. Realizar de 2 a 6 de dezembro de 2019 uma semana de agitação e panfletagem contra a MP 905, as PECs 183, 187 e 188 e o pacote de ajuste do Guedes.
    11. Realizar em 12 de fevereiro uma atividade no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.
    12. Reforçar o dia 8 de março, dia internacional das mulheres.
    13. Indicamos ainda às centrais sindicais a necessidade de discussão da realização de uma greve geral no país.
    14. Indicar o dia 18 de março como uma data nacional de paralisação, mobilização, protestos e greves.
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