Sindicato pede abono de atrasos e faltas em decorrência das chuvas


12/03/2019 - Luciana Araujo

Diante da catástrofe gerada em várias cidades no Estado de São Paulo após as fortes chuvas do fim de semana, o Sintrajud demandou às administrações, por requerimento administrativo, que sejam abonadas todas as ausências e atrasos dos servidores ocorridos nesta segunda-feira (11 de março), além da antecipação do fim do expediente em todas as unidades envolvidas, para que todos os trabalhadores possam voltar em segurança para suas residências. O pedido foi protocolado em todos os tribunais (TRE, TRF-3 e TRT-2), na Diretoria do Foro da Justiça Federal e na 2ª Circunscrição Judiciária Militar.

Servidor do TRF, Silvio Pires de Queiroz foi um dos colegas que enfrentou dificuldades para chegar ao trabalho nesta segunda. “Necessitei ajudar parentes [em Santo André], na madrugada, os quais tiveram sua garagem inundada e tiveram seus carros mergulhados numa piscina de água misturada com esgoto. Ao sair do local, pela manhã, não conseguíamos condução”, relata.

A região do ABC Paulista foi uma das mais afetadas, tendo sido notificadas ao menos 4 mortes em Ribeirão Pires após um deslizamento, outras 4 em Mauá, 3 em São Caetano e 2 em Santo André por afogamento, além de pelo menos mais 1 em São Bernardo do Campo. No município de Embu das Artes e em São Paulo também houve pessoas vitimadas por afogamento, conforme divulgado pela ‘RedeTV!’ e o portal ‘G1’.

“O Corpo de Bombeiros já atendeu 1.267 ocorrências relacionadas às chuvas na Região Metropolitana de São Paulo entre domingo e segunda e continua realizando salvamentos”, informa o site da Defesa Civil estadual. Em Mogi das Cruzes a situação também é caótica, tendo ocorrido inclusive protestos de moradores contra a situação de abandono do poder público.

“Eu moro em outro município, em São Bernardo, e tive muita dificuldade para chegar, não consegui me deslocar”, relata um servidor da 382ª Zona Eleitoral, que fica no bairro Núcleo Colonial, em Ribeirão Pires.

No dia de ontem, a 269ª Zona Eleitoral de São Caetano do Sul suspendeu o expediente devido aos “inúmeros transtornos acarretados pelas fortes chuvas que atingiram o Município” e resultaram na interrupção do fornecimento de energia elétrica, informou o chefe do Cartório, Felipe Garcez. Colegas não conseguiram chegar para trabalhar.

Em Francisco Morato, a 367ª Zona Eleitoral também chegou a suspender o atendimento ao público (não expediente) na sexta-feira por falta de energia, mas retomou ainda no fim da tarde o funcionamento – sob a justificativa de que é um dos municípios em que o recadastramento biométrico é obrigatório.

Desde a semana passada diversas áreas da Região Metropolitana de São Paulo enfrentam problemas, tendo inclusive o TRE divulgado suspensão temporária do atendimento no dia 7 na 276ª e 367ª zonas eleitorais.

A 276ª funciona no Jardim Rochdalle, em Osasco, e ontem funcionou normalmente. “O cartório abriu e não sofreu alagamento porque fica numa região alta, mas as pessoas não vieram porque os bairros atendidos ficam em áreas de baixada e de muito alagamento”, relata o diretor de base Marcos Pereira, servidor da ZE.

Poder público e falta de prevenção

Todos os anos, quando chega o período de chuvas a população sofre com os transtornos, alagamentos e verdadeiras catástrofes recorrentes em razão do abandono das estruturas de saneamento e excessiva impermeabilização do solo.

O secretário estadual do Meio Ambiente, Saneamento e Energia do governo João Doria (PSDB), Marcos Penido, foi à imprensa e orientou a população a não sair de casa. “Está sendo fortemente noticiado sobre a intensidade das chuvas e as pessoas estão vendo. Peço para que adiem a saída de casa ou do trabalho nesses horários e para que não se subestime o poder da natureza. Só saíam na chuva em caso de extrema necessidade”, teria declarado ao site da ‘Veja’. Embora a postura seja de tentar desvincular a administração pública de suas responsabilidades, a declaração do secretário dá a dimensão do tamanho do problema enfrentado pelos cidadãos do Estado de São Paulo, o mais rico do país.

Os servidores sindicalizados que tiverem problemas devem procurar o departamento Jurídico do Sindicato.

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM