Metroviários anunciam que continuarão lutando contra privatização do Metrô


19/01/2018 - helio batista

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo anunciou que continuará a luta contra a privatização das Linhas 5 e 17 do Metrô, cuja concessão foi leiloada na manhã desta sexta-feira (19). “Entraremos com todos os recursos jurídicos possíveis”, diz uma nota publicada no site do Sindicato.

Com trabalhadores de diversas categorias e estudantes, os metroviários realizaram um ato em frente à Bolsa de Valores, na manhã desta sexta. Na véspera, eles também fizeram uma greve de 24 horas contra a privatização das linhas (foto). 

Para realizar o leilão, o governo Alckmin (PSDB) teve de conseguir no Tribunal de Justiça a cassação da liminar que suspendia o certame. O juiz Adriano Marcos Laroca, da 12ª Vara da Fazenda Pública, havia julgado em favor de uma ação interposta pelos vereadores do PSOL em articulação com metroviários e com a Federação Nacional dos Metroviários.

Delações envolvem a CCR

Em sua decisão, o juiz observou que o governo estadual não tem autorização para fazer a concessão do transporte metroviário, já que a titularidade do serviço é do Município. Além disso, apontou o prejuízo aos cofres públicos que deve resultar dos baixos valores pagos pela concessão e o direcionamento do processo licitatório para a empreiteira CCR, que, de fato, acabou vencendo a disputa.

Delações do grupo Camargo Corrêa ao Ministério Publico envolveram a CCR como uma das empresas participantes do cartel que superfaturou obras da própria Linha-5.

Ao cassar a liminar, acatando o recurso do Metrô e do governo estadual, o desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças argumentou que “a paralisação do certame provocará o retardamento do procedimento licitatório e, por conseguinte, da entrega da operação comercial”. Apesar da inauguração das linhas estar atrasada desde 2014.

Em nota, o Sindicato dos Metroviários observou que a linha 5 “está em funcionamento e, na prática, a privatização só vai transferir a responsabilidade de administrar a operação do sistema, sem nenhum tipo de interrupção”.

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