Sindicato cobra suspensão de expediente nos tribunais


27/05/2018 - Luciana Araujo

Diante da situação de emergência decretada por diversas prefeituras – que implicou na redução de ônibus circulando – o Sindicato contatou as administrações dos tribunais neste domingo (27) requerendo a suspensão do expediente enquanto não houver regularização dos sistemas de transporte.

A Presidência do TRE determinou a suspensão do expediente nesta segunda-feira (28) “ou até determinação ulterior”, exceto para as zonas eleitorais que atendem municípios que terão eleições suplementares no próximo domingo dia 3/6 (Bariri e Pirapora do Bom Jesus). Nos demais cartórios, “caberá às chefias avaliar se há compromissos inadiáveis e, se for o caso, poderão comparecer ao cartório eleitoral para resolver as pendências com o efetivo mínimo necessário”. Na sede haverá plantão de secretários, coordenadores e chefes, além de um efetivo mínimo de servidores.

A direção do Sindicato apela à consciência dos chefes de cartório que a preocupação número um deve ser a segurança dos trabalhadores e suas famílias (considerando também que muitos talvez nem tenham como levar filhos às escolas e precisem ficar com as crianças em casa). E orienta aos servidores que entrem em contato com o Sintrajud caso enfrentem problemas para fazer cumprir no local de trabalho a determinação de suspensão do expediente. Este não é o momento de “colocar em dia” serviços eventualmente atrasados em função do reduzido quadro de pessoal na Justiça Eleitoral.

Na Justiça Militar haverá um funcionamento em escala de emergência – recentemente adotada em razão do prédio ter ficado alguns dias com a internet intermitente em razão da tragédia do edifício Wilton Paes de Barros. Nesta segunda-feira mesmo será reavaliada a situação.

O TRF-3 emitiu comunicado mantendo o expediente nesta segunda em toda a Justiça Federal, com avaliação individual das dificuldades enfrentadas pelos servidores por parte das chefias e possibilidade de trabalho à distância. A situação será avaliada ao longo do dia desta segunda-feira.

O Sindicato também entrou em contato com o presidente do TRT-2, desembargador Wilson Fernandes, que mostrou-se sensível à demanda e se comprometeu a dialogar com a Corregedoria. No entanto, há pouco o Tribunal publicou que o expediente será mantido, a exceção de Barueri e Cubatão – onde as prefeituras decretaram ponto facultativo.

Nesta segunda-feira o Sindicato formalizará novo requerimento emergencial e buscará dialogar diretamente com cada uma das administrações para que sejam suspensos integralmente os expedientes até que os servidores tenham efetiva condição de deslocamento de seus lares até os locais de trabalho e de volta às residências.

“Por mais que os gestores municipais e estadual digam que estará tudo normal, não será um dia normal. Muitas pessoas não terão ônibus nem combustível para chegar no local de trabalho”, ressalta Fabiano dos Santos, diretor do Sindicato e e servidor do TRT-2.

Sem acordo com o governo, a greve dos caminhoneiros segue nesta semana.

Na sexta-feira o Sintrajud obteve junto aos tribunais o encerramento do expediente mais cedo. Os prazos processuais seguem suspensos.

Petroleiros fazem ato na Paulista nesta segunda às 18h

Os petroleiros, que organizam uma paralisação de 72 horas a partir da próxima quarta-feira (30) em defesa da Petrobras e da redução dos preços de todos os derivados de petróleo aos consumidores, realizam nesta segunda às 18 horas manifestação em frente à sede da empresa em São Paulo (Avenida Paulista, 901).

O Sintrajud convoca os servidores que tiverem condições a participarem. A direção do Sindicato, assim como a CSP-Conlutas, defende a convocação de uma greve geral em solidariedade aos caminhoneiros e pela revogação das medidas contra os trabalhadores do governo Temer. Inclusive o uso de forcas militares contra trabalhadores em greve.

Seguir o exemplo dos caminhoneiros e parar o Brasil

A greve caminhoneira expôs o desastre da política de privatização da Petrobras e atrelamento dos preços ao mercado internacional. O custo dos combustíveis e do gás de cozinha tornaram-se abusivos, levando mais de um milhão de brasileiros a voltarem a cozinhar com carvão ou lenha (aumentando os riscos de acidentes e impactos ambientais). Tudo isso num contexto de aumento do desemprego e perda de direitos trabalhistas.

A direção do Sintrajud defende que as centrais sindicais aproveitem o apoio da população à greve dos motoristas de caminhão para construir uma paralisação generalizada. A avaliação da diretoria do Sindicato é que a situação do país coloca na ordem do dia a possibilidade de derrotar o ilegítimo governo de Michel Temer, sua reforma trabalhista, a emenda constitucional 95 e qualquer tentativa de atacar o direito à aposentadoria.

Em Cubatão e Santos, os petroleiros organizados pela Federação Nacional da categoria (FNP) não realizaram as trocas de turno a partir deste sábado (27) em Cubatão e no Terminal Alemoa neste domingo à tarde e fazem assembleia para deliberar sobre a greve em solidariedade aos caminhoneiros nesta segunda. Outras categorias – como professores e servidores das universidades estaduais paulistas e professores da rede particular de ensino – também preparam paralisações por direitos e contra as medidas governamentais.

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