Sindicalizados/as pagam meia para assistir ao monólogo “Não Tem Meu Nome” até 30 de abril


14/04/2025 - Tatiana Botosso
Espetáculo aborda a identidade periférica, a intolerância e a violência contra comunidades subalternizadas.

“Não Tem Meu Nome” é um monólogo escrito, dirigido e interpretado por Adelino Costa, a partir de reflexões sobre intolerância, identidade periférica e a noção de pertencimento criada a partir dos livros “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório, e “Pertencimento: Uma Cultura do Lugar”, de bell hooks [a grafia do nome da autora se dá assim mesmo, em letras minúsculas]. O espetáculo está em cartaz até 30 de abril, toda quarta-feira, às 20h30, no Teatro Cemitério dos Automóveis. Filiadas e filiados ao Sintrajud pagam meia-entrada.

Além de Jefferson e bell, as outras referências teóricas e literárias na criação do espetáculo são: Conceição Evaristo (Ponciá Vicêncio), Djamila Ribeiro (Pequeno Manual Antirracista), Chimamanda Ngozi Adichie (No Seu Pescoço), Itamar Vieira Júnior (Torto Arado), Cida Bento (O Pacto da Branquitude), Zygmunt Bauman (Identidade), Grada Kilomba (Memórias da Plantação) e Frantz Fanon (Pele Negra, Máscaras Brancas). Na cinematografia, Adelino destaca os longas Marte Um, de Gabriel Martins, e o documentário A Negação do Brasil, de Joel Zito Araújo.

A peça teatral tem suas raízes na experiência pessoal de Adelino, que cresceu na COHAB de Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre. Ao longo do processo criativo, o artista resgatou memórias de sua infância e observou os desafios enfrentados pela população local, como barreiras sociais, econômicas e geográficas. Essa imersão resultou em personagens inspirados em amigos de infância e no próprio autor, que exploram como as comunidades subalternizadas se adaptam para se encaixar em uma sociedade burguesa e organizada a partir de uma perspectiva racial branca. A dramaturgia questiona a suposta universalidade dessa visão de mundo e revela suas camadas de opressão.

O espetáculo foi desenvolvido a partir da pesquisa de conclusão do curso de Pós-Graduação em Direção Teatral na FPA, sob orientação do professor doutor Marcelo Soler. Adelino tem mais de duas décadas de experiência nos palcos.

Sinopse:
O público é recebido pelo ator e personagem que se fundem na narrativa. A partir de relatos de sua vivência como pessoa periférica na infância e adolescência, o performer apresenta uma dramaturgia que mistura ficção e fatos reais, trazendo questões como o silenciamento de comunidades subalternizadas por uma visão particular de mundo que mascara a violência, desprezo e crueldade por meio de uma ideia falsa de visão universal.

O ator solitário no palco, utiliza-se de elementos narrativos para contar relatos que propõem uma reflexão urgente a respeito das relações sociais e, sobretudo, humanas. Colocadas todas as reflexões, ao fim, em um depoimento pessoal, revela-se a sua principal necessidade de criação desta obra.

Sobre Adelino Costa
Pós-graduado em Direção Teatral, ator e produtor há 22 anos. Gaúcho radicado em São Paulo desde 2010, integrou a Cia Teatro di Stravaganza, de Porto Alegre, entre 2007 e 2012.

Ao longo da carreira, dirigiu três espetáculos e atuou em mais de quinze produções. Em 2008, com a montagem de “A Comédia dos Erros”, venceu a categoria de Melhor Espetáculo no Prêmio Braskem e foi indicado como melhor ator coadjuvante e produtor no Prêmio Açorianos de Teatro.

Como produtor, contribuiu em três edições do Festival Internacional Porto Alegre Em Cena, onde teve oportunidade de trabalhar com grandes nomes do teatro mundial e nacional, como Ariane Mnouchkine, Bob Wilson, Peter Brook, Pina Bausch, Antunes Filho, Zé Celso e Grace Passô. Trabalhou ainda, em cinco edições da Feira do Livro de Porto Alegre, além das Produtoras Opus Promoções, Chaim Produções e Fixação Cultural. Em 2012, produziu a Ópera “Pelléas e Mélisande”, direção de Ivacov Hillel, no Teatro Municipal de São Paulo.

Ficha Técnica:
Atuação/direção/dramaturgia: Adelino Costa
Iluminação/operação de luz: Thatiana Moraes
Orientação coreográfica: Fefê Marques
Confecção figurinos: Paula Gascon
Fotos: Cristiano Pepi
Assessoria de imprensa: Pevi 56
Produção executiva: Natália Sanches e Adelino Costa

Serviço:
Não tem meu nome
Quando: quartas-feiras às 20h30 até o dia 30 de abril.
Local: Cemitério de Automóveis – Rua Francisca Miquelina, 155 – Bela Vista.
Duração: 80 minutos
Classificação: 16 anos
Ingressos: R$40,00 (quarenta reais). Sindicalizados ao Sintrajud pagam meia-entrada: R$20,00 (vinte reais)

  • Com informações do site Sympla
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