Servidores repudiam Reforma da Previdência em aula pública


30/11/2017 - Shuellen Peixoto

Na última terça-feira, 28, servidores do Judiciário Federal de São Paulo participaram da aula pública “A reforma da Previdência e o desmonte do serviço público” que contou com a presença de Marcus Orione, professor da Faculdade de Direito da USP, Rodrigo Ávila, coordenador Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, e dos assessores do Sindicato Washington Lima, economista, e César Lignelli, advogado.

A aula pública foi parte do Dia Nacional de Luta em Defesa do Serviço Público, que teve mobilização de diversas categorias do funcionalismo público contra as reformas da Previdência e trabalhista, o aumento da contribuição previdenciária (MP 805) e o projeto que facilita a demissão de servidores (PLS 116/17). Em Brasília, cerca de 5 mil servidores participaram de um ato em frente ao Congresso Nacional para pressionar os parlamentares (Veja matéria aqui).

Durante a atividade, os palestrantes destacaram o caráter nefasto da reforma da previdência. “Esta reforma tem o objetivo de retirar nosso dinheiro e destinar para os banqueiros, este déficit que o governo diz ter na previdência é uma invenção para nos fazer trabalhar até morrer”, afirmou Rodrigo Ávila, coordenador da Auditoria Cidadã da Dívida. “O verdadeiro rombo no orçamento não é a previdência e sim a dívida pública que consome mais de 50% do orçamento”, continuo Rodrigo.

“Entre 2016 e 2018, o orçamento destinado ao pagamento dos juros e amortizações da dívida pública aumentou em mais de R$500 bilhões, isto é quase o orçamento inteiro da previdência, isso em apenas 2 anos, então como é que o problema da crise é a previdência”, destacou Washington Lima, assessor econômico do Sintrajud.

A MP 805, que trata do aumento da contribuição previdenciária para servidores públicos, também foi parte da discussão na aula pública. Na opinião do professor da faculdade de direito da USP Marcus Orione, a Medida Provisória é parte dos ataques do Governo Federal contra os servidores públicos. “Esta medida institui uma nova contribuição, isso por si só já é inconstitucional”, afirmou. “O governo tenta colocar os trabalhadores da iniciativa privada contra os servidores, está na hora de nos entendermos como trabalhadores e unir forças para enfrentar esta reforma”, destacou o professor.

Para enfrentar estes ataques, os servidores do Judiciário Federal de São Paulo aprovaram a adesão a greve geral, convocada pelas centrais sindicais, na terça-feira, 5. A categoria vai paralisar por 24 horas e participar da manifestação, junto com as demais categorias, na Avenida Paulista. A concentração será às 14h, em frente ao Fórum Pedro Lessa (Avenida Paulista, 1682). “Se lutarmos e nos organizarmos, assim como fizemos em março, abril e maio, será possível barrar esta reforma”, finalizou Dalmo Duarte, diretor do Sintrajud e servidor do TRF.

 

 

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