Servidores reforçam atos desta quinta (10) contra ‘reforma’ administrativa e privatizações


08/12/2020 - Helcio Duarte Filho
Trabalhadores do PJU se unem a outros setores em plenária virtual nacional contra a PEC 32, as privatizações e pelo auxílio para vulneráveis na pandemia. Ato em SP será na Praça Ramos, às 10h.

Servidores e servidoras do Judiciário Federal participaram da plenária virtual que reuniu entidades sindicais nacionais e de quase todos os estados do país, de diversos segmentos do funcionalismo e do setor estatal, que organizam as manifestações contrárias à ‘reforma’ administrativa e às privatizações propostas pelo governo de Jair Bolsonaro.

O dia nacional de lutas está marcado para 10 de dezembro de 2020 (quinta-feira). A mobilização também defenderá a continuidade do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600,00 para pessoas que estejam em situação de vulnerabilidade na pandemia do novo coronavírus.

Mais de 200 pessoas – a maioria representando sindicatos e frentes de mobilização estaduais, compareceram à 3ª Plenária Nacional dos Servidores Públicos e Trabalhadores das Estatais, realizada por videoconferência no sábado (5). Servidores municipais, estaduais e federais relataram como está a preparação das atividades em suas regiões. Haverá manifestações nos estados e uma carreata centralizada em Brasília. Na capital paulista, o protesto será na Praça Ramos, a partir das 10 horas.

O Sintrajud participou da plenária e integra a organização do ato e da campanha contra a ‘reforma’ administrativa. O presidente Jair Bolsonaro tenta aprová-la no Congresso Nacional, centralmente na Proposta de Emenda Constitucional 32/2020, mas também com outras proposições em tramitação, como a PEC Emergencial (186/2019), que permite a redução de salários, jornadas e, na prática, serviços em 25%.

Diretor do Sintrajud e da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do MPU), Fabiano dos Santos defendeu a necessidade de as categorias irem às ruas para combater os projetos que colocam em risco a própria existência dos serviços públicos e que ameaçam direitos da classe trabalhadora. “A gente tem que olhar para as questões de segurança (sanitária), mas precisamos ganhar as ruas”, disse.

O servidor também defendeu a construção das condições que permitam convocar uma greve geral, que reúna trabalhadores dos setores públicos e privados, para enfrentar os projetos dos governos federal, estaduais e municipais que atacam os serviços públicos e reduzem direitos. “Se fizermos isso, teremos condições de derrotar esses projetos que estão aí. [As mobilizações] do dia 10 são um passo [nessa luta]”, disse.

A servidora Denise Carneiro, do Judiciário Federal da Bahia, disse que os fóruns unificados formados nos estados, que agregam diversos setores do funcionalismo, são fundamentais para esse movimento. “Os fóruns têm sido uma arma privilegiada na luta contra a ‘reforma’ administrativa [e as privatizações]”, disse. Em boa parte das capitais, são esses fóruns que estão organizando a mobilização contra a PEC 32 e projetos que vão no mesmo sentido defendidos por prefeitos e governadores. É o caso, por exemplo, do que ocorre em São Paulo com o Fórum dos Trabalhadores do Setor Público no Estado, a Frente Sindical Classista da Baixada Santista e a Frente Paulista contra a Reforma.

O servidor Fagner Azeredo, do PJU no Rio Grande do Sul, ressaltou a importância de valorizar a participação das entidades sindicais neste momento. “Quem pode colocar esse governo nas cordas são os sindicatos. Agora é o momento de reforçar os sindicatos, que são quem organiza as lutas dos trabalhadores”, disse. Ele destacou que esta luta precisa envolver todos os segmentos do funcionalismo e a própria população, que necessita dos serviços públicos. E mencionou que no Rio Grande do Sul, no dia seguinte ao segundo turno das eleições, o governo do Estado encaminhou uma proposta ao Legislativo que congela os gastos com serviços e investimentos públicos por 20 anos, similar à Emenda Constitucional 95 que vigora para a administração federal. “É uma artilharia apontada para todos nós servidores públicos e para população para acabar com os serviços públicos”, disse, ao defender a reação coletiva a tais projetos.

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