Servidores preparam calendário da campanha contra ‘reforma’ e pelo “Fora, Bolsonaro”


11/05/2021 - helio batista
Assembleia geral definiu próximas atividades e elegeu delegados para a reunião ampliada da Fenajufe

Em assembleia geral no último sábado, 8 de maio, os servidores do Judiciário Federal em São Paulo debateram a necessidade de fortalecer a mobilização e avançaram na definição das próximas atividades da luta contra a ‘reforma’ administrativa e em defesa dos serviços públicos, e pelo afastamento de Jair Bolsonaro da Presidência da República. A categoria também elegeu os delegados que vão representar os servidores de São Paulo na reunião ampliada da coordenação da Fenajufe, no próximo sábado, 15.

Os servidores aprovaram a proposta da diretoria do Sintrajud para a construção de um calendário que inclui a indicação de um dia de luta e de paralisação do funcionalismo público no início de junho, em conjunto com outras categorias. Além disso, foi colocado o apoio ao setor da educação, que indicou o dia 19 de maio como um Dia Nacional de Lutas pela Educação.

Para o dia 22 de maio, um sábado, o Fórum Estadual dos Trabalhadores do Setor Público, impulsionado pelo Sintrajud, está convocando uma plenária para debater a mobilização unitária dos trabalhadores, com participação aberta a toda a categoria.

A reunião ampliada da Fenajufe será antecedida por uma série de reuniões de fóruns e entidades que representam as diversas categorias do funcionalismo em São Paulo, além de centrais sindicais e movimentos que lutam pela vacinação imediata de toda a população e contra a ‘reforma’ administrativa e o governo Bolsonaro. Essas reuniões deverão definir as datas e o formato das atividades de mobilização.

Já na ampliada, os servidores vão discutir também as condições de trabalho no Judiciário durante e depois da pandemia, entre outros temas. A convocação da ampliada atende a uma solicitação feita pelo Sintrajud e por outros sindicatos da categoria, que pediram a reunião para organizar uma “firme atuação na defesa da vida, da democracia e do serviço público”.

Greve

Na assembleia, o assessor político da CSP-Conlutas Eduardo Zanata fez um relato sobre o estágio em que se encontra a tramitação no Congresso da proposta de ‘reforma’ administrativa do governo Bolsonaro (PEC 32/2020). Segundo Zanata, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), prevê o encerramento da votação em meados de junho.

Ele disse ainda que, se passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o texto deve ser recebido em Comissão Especial com um debate entre setores do funcionalismo sobre a apresentação de emendas. A posição da CSP-Conlutas, do Sintrajud e de outras entidades, no entanto, é de que a PEC deve ser integralmente rejeitada. “Não há como tornar palatável o texto da PEC, que tem como sentido último precarizar os serviços públicos e os contratos de trabalho dos servidores”, afirmou Zanata.

“Acho muito importante a organização de uma greve contra essa reforma”, declarou a servidora aposentada do TRF Ana Luiza Figueiredo. “A correlação de forças entre as classes se dá na rua; não podemos acreditar na correlação de forças que existe dentro do Congresso”, acrescentou.

O diretor do Sintrajud Tarcisio Ferreira apontou que a luta pelas bandeiras dos servidores deve estar conjugada com a oposição ao governo Bolsonaro e aos governos estaduais e municipais que seguem as mesmas políticas. “É fundamental essa associação porque nunca nossas pautas específicas estiveram tão ligadas ao cenário geral”, comentou o dirigente. “A estabilidade desse governo é a condição para serem aprovados todos esses ataques aos serviços públicos.”

Coletivo de Mulheres e curso

Os participantes da assembleia foram informados pela diretora do Sindicato Luciana Carneiro sobre as atividades programadas pelo Coletivo de Mulheres do Sintrajud Mara Helena dos Reis. O Coletivo iniciou no dia 24 de abril um ciclo de formação, que foi aberto com o curso “Introdução ao Feminismo”. No dia 19 de maio, a programação continua com a realização de uma roda de conversa que terá como tema “O que é feminismo”. Veja a agenda completa das atividades do Coletivo.

“Estamos com uma agenda incrível neste semestre e essa união das mulheres no Coletivo possibilita que façamos uma luta de classes mais rica”, destacou a servidora do TRT Bruna Guimarães.

O Sindicato também está organizando um ciclo de formação política, com início em 26 de maio, conforme informou Henrique Sales, diretor do Sintrajud. “Será um curso muito importante para fortalecer nosso engajamento político”, afirmou Henrique. As atividades contarão com o educador popular Emílio Gennari, formado em teologia e pós-graduado em Ciências Sociais. Mais informações serão divulgadas nos próximos dias.

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