Servidores na Baixada dizem não à ‘reforma’ da Previdência e ao desmonte da JT


08/11/2018 - Luciana Araujo

Fórum Estadual de Santos

Eles driblaram a chuva realizando manifestações internas ao Palácio da Justiça e ao fórum da Justiça do Trabalho em Santos, nesta quarta-feira (7 de novembro). Trabalhadores do Judiciário Federal e Estadual se uniram para denunciar o reajuste de 16,38% auto-concedido à cúpula do Judiciário em negociação entre ministros do Supremo Tribunal Federal, o presidente Michel Temer e o Congresso Nacional – que aprovou de surpresa no Senado o índice na mesma noite do protesto. O percentual alcançará a magistratura em todo o país, procuradores e promotores, ministros de Estado, o presidente da República e integrantes do Legislativo. Mas exclui os servidores do Poder – que acumulam perdas e não têm perspectiva de recomposição salarial no ano que vem após a integralização das parcelas da Lei 13.317/2016. Sem falar no conjunto dos trabalhadores no país, que vivem uma situação de aumento do desemprego, da informalidade e do arrocho salarial.

O protesto também cobrou a revogação da Emenda Constitucional 95/2016 – que congela os investimentos sociais até 2036, liberando somente o gasto com serviços e juros da dívida pública. Além de denunciar a retomada da campanha de veículos de mídia contra a Justiça do Trabalho e dialogar com a sociedade sobre os efeitos negativos de propostas de redução ou extinção da JT para a garantia dos direitos trabalhistas. Os trabalhadores também reafirmaram a disposição de paralisar o país caso se concretize a tentativa do atual governo ou do próximo de aprovar a Proposta de Emenda Constitucional 287-A (a ‘reforma’ da Previdência).

O Sintrajud articula com outras entidades uma campanha em defesa da Justiça do Trabalho, baseada na mobilização e no esclarecimento à sociedade sobre a importância deste ramo do Judiciário para as garantias sociais (confira e repasse o infográfico ao lado).

“Foi um ato muito positivo, com alta participação, apesar da chuva, e nenhuma repressão. Os ataques a nossos direitos se intensificam e temos que continuar mobilizados e unificados para enfrentar essa realidade”, ressalta a diretora do Sintrajud e servidora da JT em Cubatão, Lynira Rodrigues Sardinha.

Após encerrar o ato no Palácio da Justiça, trabalhadores seguiram até o Fórum Trabalhista de Santos e realizaram um “arrastão” de diálogo com os colegas do Judiciário Federal. “Um ato de resistência, por conta dos ataques desferidos pelo mercado e anunciados pelo presidente eleito contra a Justiça do Trabalho e a Previdência”, conta Lynira. “As condições de trabalho têm piorado, principalmente com a terceirização irrestrita, recentemente legitimada pelo STF, e com a Emenda 95. O torniquete continua sendo apertado e temos dialogado com os colegas que a situação já se faz sentir nos locais de trabalho. Varas com menos servidores e com impossibilidade de reposição de aposentadorias, aumento da carga de trabalho, da cobrança por metas – que geralmente vem acompanhada do assédio moral – e do adoecimento”, concluiu a diretora do Sindicato.

Veja aqui as fotos do ato.

 

 

 

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM