Servidores municipais realizam ato em defesa da previdência


05/12/2018 - Luciana Araujo

Crédito: Mídia Ninja

 

Hoje (5 de dezembro) às 14 horas, trabalhadores de diversas categorias do serviço público realizam ato em frente à Câmara Municipal de São Paulo. O objetivo é derrotar mais uma vez o Sampaprev – a ‘reforma’ previdenciária apresentada pelo então prefeito João Doria (PSDB). Em 2018, após uma greve e atos que reuniram mais de cem mil pessoas, o alcaide foi derrotado. O presidente da Câmara, vereador Milton Leite (PSDB), retirou o projeto de lei 621/2016 da pauta por 120 dias.

A diretoria do Sintrajud e o Fórum dos Servidores Públicos no Estado de São Paulo apoiam a manifestação. E representantes de diversas categorias devem estar presentes ao ato.

A derrota de Doria na tentativa de deixar o que considerava um de seus principais projetos ocorreu em março do ano passado. Mas, em ano eleitoral, a Câmara Municipal manteve o assunto fora dos holofotes passado o prazo estipulado por Milton Leite. Agora, o prefeito Bruno Covas, também tucano e ex-vice de Doria, tenta desenterrar o PL.

Confisco

O Sampaprev aumenta a taxação nos vencimentos dos servidores de 11% para 14% até 19%. O PL 621/2016 também cria um novo fundo de  previdência. O fundo tem inspiração nas Funpresps. E é apontado pelos servidores municipais como uma política de destruição do Instituto de Previdência Municipal (o Iprem).

O projeto foi considerado um confisco sobre os salários do funcionalismo. E foi a primeira tentativa de aumentar a taxação aos trabalhadores após as mobilizações que impediram a votação da PEC 287-A (a ‘reforma’ de Michel Temer) na Câmara dos Deputados.

A luta que derrotou Doria

Por 19 dias, os servidores municipais realizaram uma greve, considerada a maior na cidade desde os protestos contra o reajuste das tarifas de transporte, em 2013.

Crédito: Ascom vereador Toninho Vespoli.

No dia 14 de março, o Centro da cidade tornou-se uma praça de guerra. Bombas e balas de borracha foram atirados durante mais de duas horas pela Guarda Municipal e a PM contra professoras, trabalhadores da saúde e outras categorias e estudantes que apoiavam o movimento.

Dentro do Salão Nobre da Câmara a professora Luciana Xavier teve o nariz quebrado por um agente. O rosto ensanguentado de Luciana virou a imagem símbolo de onde o poder público chegou para aprovar por 5 votos contra 3 o parecer favorável ao texto, do vereador Caio Miranda (PSB) na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Crédito: Joca Duarte

À época, a diretoria e o Conselho de Base do Sintrajud apoiaram a greve. E repudiaram as agressões ocorridas dentro e fora da Câmara Municipal.

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