Servidores federais levam à equipe de transição do governo Lula as pautas das categorias


07/12/2022 - Helcio Duarte Filho

Há cerca de três semanas da posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, representantes do funcionalismo público federal levaram à equipe de transição do governo as principais pautas do setor, entre elas a revogação dos pacotes de medidas e reformas contrárias à classe trabalhadora.

Dirigentes do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), assim como de outras organizações e de centrais sindicais, se reuniram com integrantes do Grupo de Trabalho do Orçamento e Gestão e do GT do Trabalho da equipe de transição do governo Lula, na tarde da terça-feira, 6 de dezembro de 2022.

No início da noite, dirigentes das entidades realizaram uma entrevista coletiva, transmitida ao vivo da sede do Andes-SN, em Brasília, na qual relataram os principais aspectos da reunião e responderam a perguntas de jornalistas e de servidores.

Duas notícias se sobressaíram como resultado da reunião: a de que os grupos de trabalho vão recomendar ao novo governo o imediato pedido de arquivamento da ‘reforma’ Administrativa, a PEC32, e a instalação da mesa de negociação com as entidades.

O diretor do Sintrajud Fabiano dos Santos, representando a federação nacional (Fenajufe) no fórum dos servidores, participou da reunião com os grupos de trabalho e, à noite, coordenou a entrevista coletiva.

O servidor ressaltou que o objetivo da atividade do Fonasefe era repassar informações sobre como foi a reunião com estes setores da equipe de transição – e que as avaliações sobre o resultado do encontro e o planejamento da atuação sindical do funcionalismo ainda seriam feitas posteriormente.

Também foi muito ressaltado na entrevista coletiva a necessidade de a categoria estar mobilizada para reivindicar as suas pautas – sendo destacado que a questão salarial, com a reposição da impactante perda acumulada, é algo que segue em aberto – em meio à disputa hoje travada em torno das prioridades do orçamento público e o teto de gastos.

Mencionou-se, ainda, uma entrevista dada pelo ex-ministro Aloizio Mercadante, pouco depois da reunião ter ocorrido, ressaltando dificuldades para reposição de perdas salariais no primeiro momento do novo governo.

“Os servidores que ficaram sete anos sem reajuste não podem esperar que o governo que entra daqui a um mês possa fazer um reajuste retroativo por uma perda, que nós reconhecemos, porque não tem esse recurso no orçamento”, disse Mercadante, que coordena os grupos temáticos da equipe de transição. “Vamos aguardar a aprovação do orçamento e ver qual é a margem que teremos em relação a um reajuste para os servidores”, disse, citando a tramitação da PEC da Transição, que se encontra na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e trata do orçamento da União e do teto de gastos.

A entrevista de Mercadante foi apontada como exemplo de um movimento contrário às pautas dos servidores e dos trabalhadores que os meios de comunicação comerciais vão tentar inflar e que envolve questões que tendem a estar em disputa no novo governo.

A entrevista coletiva do Fonasefe também discorreu sobre a necessidade e o desafio de manter a atuação independente das entidades sindicais diante do novo governo e dos movimentos de extrema-direita que ameaçam as liberdades democráticas. O tema foi suscitado por uma pergunta feita pela reportagem do Sintrajud.

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