Servidores do TRT-2 voltam a protestar contra mudanças no teletrabalho


09/02/2023 - Hélio Batista Barboza
Nesta quinta (9), Sintrajud discute o assunto com a presidente do Tribunal e categoria faz assembleia

Fotos: Gero Rodrigues

Os servidores do TRT-2 realizaram nesta quarta-feira, 8 de fevereiro, o segundo ato de protesto contra as mudanças determinadas pelo Tribunal no teletrabalho e no trabalho remoto (ou híbrido). A manifestação aconteceu no mesmo dia de outro protesto, organizado pela Fenajufe e realizado em Brasília, diante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a participação do Sintrajud e outros sindicatos do Judiciário Federal.

 

Nesta quinta-feira, 9, diretores do Sintrajud se reúnem com a presidente do Tribunal, a desembargadora Beatriz de Lima Pereira, a fim de discutir as reivindicações da categoria para a regulamentação do teletrabalho. Após a reunião, os servidores fazem assembleia virtual às 19h30, pela plataforma Zoom, para deliberar sobre os próximos passos da mobilização.

 

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No ato de quarta-feira, os diretores Henrique Sales Costa e Tarcísio Ferreira mostraram como a regulamentação adotada no TRT-2 prejudica os servidores que, nos últimos três anos, adaptaram-se ao trabalho a distância. Eles também apontaram possíveis impactos negativos da decisão sobre o volume de trabalho e a qualidade do atendimento, atentando inclusive para o risco de haver cobrança por parte da própria administração aos servidores, daqui a alguns meses, caso a produtividade caia.

 

O CNJ impôs o limite de 30% para o teletrabalho no Judiciário, numa decisão que também é contestada pela categoria, mas o TRT-2 adotou uma interpretação ainda mais restritiva, incluindo nesse percentual tanto o teletrabalho integral como o parcial.

 

“Continuamos insistindo, enquanto não se reverte a situação em Brasília, que o Tribunal dispõe de meios para mediar essa situação e nos ajudar a atravessar esse período mais turbulento de insegurança que o CNJ está gerando”, disse Tarcísio. O dirigente apontou que outros tribunais, como o TRT-15, o TRT-5 e o TRF-1, editaram normas menos prejudiciais aos servidores.

 

“O próprio CNJ reconheceu que o trabalho remoto em regime de rodízio (o trabalho híbrido) pode ser mantido, conforme o tribunal regulamentar, sem conflito com o percentual fixado para o trabalho ordinário, que está na Resolução 227”, acrescentou o diretor do Sintrajud.

 

Segundo o diretor Henrique Sales Costa, a decisão do TRT-2 cria problemas até de acomodação dos servidores que terão de retornar ao trabalho presencial. De acordo com o dirigente, os setores administrativos do TRT-2, que funcionam no Edifício Millenium, já enfrentam uma redução do espaço físico e ficarão ainda mais apertados com a chegada dos colegas que estavam trabalhando a distância.

 

“Por conta dessa portaria e do retorno [ao trabalho presencial] abrupto, sem planejamento e sem prazo [de implementação], pelas contas que fizemos haverá de 60 a 80 servidores num único andar, o 16º”, exemplificou.

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