Servidores participaram dos atos na capital e na Baixada em defesa da educação pública


31/05/2019 - Shuellen Peixoto

Crédito: Mídia Ninja

 

Nesta quinta-feira, 30 de maio, estudantes e professores voltaram às ruas em todo o país em defesa da educação e da previdência públicas. Os atos contra o corte orçamentário no financiamento das universidades, rede de ensino básico e fundamental e dos hospitais universitários, aconteceram em 26 estados e no DF, atingindo 211 cidades. Em outros 9 países também houve manifestações.

Em São Paulo, o protesto teve início no Largo da Batata, às 17h, e os manifestantes caminharam até o Masp, na Avenida Paulista, com cartazes, faixas e uma bandeira gigante com os dizeres “O Brasil se une em defesa da educação”.  Segundo a organização, cerca de 300 mil pessoas participaram. Além do ato na capital, também houve manifestações em 21 cidades do Estado, entre elas: Campinas, Santos, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Araraquara, Tupã, Araras, Sorocaba, Ribeirão Preto, Jundiaí e Presidente Prudente.

Crédito: Marcus Vergne

Pela manhã, a diretoria do Sindicato esteve em frente ao TRF-3 e ao Fórum Pedro Lessa da Justiça Federal, e no Fórum Trabalhista Ruy coletando assinaturas para o abaixo-assinado contra a ‘reforma’ da Previdência. Após a coleta, uma delegação de servidores saiu do Fórum Ruy Barbosa para participar do ato no Largo da Batata.

Para a diretora do Sindicato Inês Leal, servidora do TRT, a força dos atos do 30M serviram para mostrar ao presidente da República, Jair Bolsonaro, a insatisfação diante dos cortes. “O comparecimento de milhares de pessoas nos  atos demonstram a disposição de luta dos trabalhadores e da juventude e a indignação com os cortes de verbas na educação. É um recado para o presidente de que a população não aguenta mais retirada de direitos”, afirmou. “O dia de ontem, sem dúvida, fortalece a construção da greve geral  marcada para 14 de junho contra a reforma da previdência e os cortes de verbas para a educação”, disse Inês.

Esta foi a segunda onda de atos, os primeiros  aconteceram no dia 15 de maio. Após as primeiras manifestações, que ficaram conhecidas como “tsunami da educação”, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, tentou minimizar o impacto dos cortes, chegando a diminuir o montante a ser cortado. No entanto, o contingenciamento de R$ 5,9 bilhões ainda pode levar à suspensão de atividades em diversas universidades no país.

Baixada Santista

Crédito: Leandro Olímpio (Frente Sindical Classista)

Em Santos, a manifestação também foi grande, apesar da forte chuva que desabou sobre a cidade no início da tarde. Cerca de 50 mil pessoas, segundo os organizadores e veículos de mídia local. “Havia estudantes da Universidade Federal, secundaristas, da escola técnica de Cubatão e inclusive alunos de universidades privadas”, relata a diretora do Sintrajud e oficiala de justiça aposentada do TRT-2 Lynira Rodrigues Sardinha.

A dirigente avalia que o debate sobre os malefícios da ‘reforma’ começam a surtir efeito também na população, apesar da intensa campanha de mídia governamental e dos veículos comerciais. “O contato com as pessoas nas ruas tem se modificado, principalmente quando chamamos a atenção para algum aspecto específico da PEC, como o fim da obrigação dos patrões contribuírem com o FGTS de quem se aposentar e continuar trabalhando”, relata Lynira. “Uma mãe que estava com os filhos no ato, ao pegar nosso material, afirmou que aquilo era ‘uma aula de cidadania'”, completou a diretora do Sindicato.

Crédito: Mirtes dos Santos

Diversos servidores participaram da manifestação, além de Lynira, do também dirigente do Sintrajud e servidor da Justiça Federal Antônio Carlos Lauriano e os diretores de base Ênio Mathias (JT/Praia Grande) e Salomão Sousa Ferreira (JT/São Vicente). A Frente Sindical Classista e os Fóruns em Defesa das Aposentadorias de Santos e de Praia Grande também estiveram representados, além de diversas categorias e movimentos sociais da região.

“A gente sai com uma energia renovada, e agora temos uma série de reuniões organizativas para o 14 de junho”, conclui Lynira.

 

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