Servidores divulgam ações de solidariedade para enfrentar o inverno


24/06/2022 - Shuellen Peixoto
Colegas que participam de projetos de distribuição de comida e agasalhos para população em situação de rua reforçam as ações e buscam a ajuda do restante da categoria.

Em uma passada rápida pelas ruas de São Paulo é possível perceber o aumento exponencial de pessoas em situação de rua, realidade agravada pela crise econômica e social em que vive o país e a falta de políticas de assistência social para a população em vulnerabilidade. Segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), no final de 2021 já eram 31.884 pessoas vivendo em situação de rua na capital paulista. E a chegada do frio agrava ainda mais a situação destas pessoas. Anualmente pessoas morrem de hipotermia no inverno — no mês de maio ao menos duas pessoas em situação de rua morreram na cidade de São Paulo.

Neste contexto, a solidariedade e a auto-organização dos trabalhadores ganharam um novo significado, e desde o começo da crise sanitária do novo coronavírus o Sintrajud e servidores da categoria têm estado ativos em iniciativas para assegurar o mínimo para a sobrevivência de outros trabalhadores.

Entrega de agasalhos e cobertores feita em março, Adriana está na ponta direita da foto. (Arquivo pessoal)

Uma das ações que conta com a colaboração de colegas da categoria é o projeto Rede Rua, que existe há quase 30 anos e atua, principalmente, na região central da capital paulista. Atualmente o Rede Rua mantém duas iniciativas de entrega de marmitas diariamente. A primeira é o Cozinha Cidadã do projeto “Alimentar Direitos”, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos e o Sindicato dos Bancários, que entrega mil marmitas todos os dias na quadra do Sindicato. O segundo projeto é o Chapelaria Social, no Brás, que entrega 50 marmitas de segunda a sexta-feira.

Além das marmitas, o Chapelaria Social mantém um serviço de maleiro, com 90 armários para que as pessoas guardem seus pertences. Atualmente são 82 pessoas cadastradas que também têm acesso a atendimento social, espaço para banho e lavagem de suas roupas. “Às vezes a pessoa tem algo valioso para ela, alguma recordação ou documento e, para preservar e não perder utilizam a chapelaria e nós conseguimos criar vínculos com estas pessoas através dos cadastros e atividades que realizamos. Por exemplo, uma vez por mês fazemos um café da manhã coletivo para reunir todos, este mês o tema foi festa junina”, contou Adriana Torres Onosaki, servidora do TRT-2 e voluntária do Rede Rua.

Sheila Cupertino, assistente social da ONG, explica que o projeto é mantido apenas por parcerias e doações. “Nós pensamos o projeto e buscamos parceiros, atualmente na Chapelaria Social estamos conseguindo manter um ateliê com oficinas de barbearia, corte e costura e estamparia, mas isso só é possível graças aos nossos parceiros e doadores”, destacou Sheila. “Desde que iniciou a pandemia a gente vem trabalhando no emergencial para sanar as necessidades mais básicas como banho e comida. Trabalhamos de portas abertas, ou seja, mesmo que a pessoa não esteja cadastrada e busque auxílio, nós prestamos atendimento social e jurídico, se necessário”, explicou a assistente social.

Com a chegada do inverno, a ONG está recolhendo doações de roupas, agasalhos, cobertores, toucas, sacos de dormir, cachecol, meias e luvas de lã.  “Em maio, na semana mais fria, fizemos uma campanha e distribuímos cobertores, que compramos com algumas doações que recolhemos com amigos, mas ainda precisa de muita ajuda porque tem muito inverno pela frente”, disse Adriana Torres Onasaki. A assistente social do Rede Rua também apela para a doação de roupas, principalmente masculinas. “Estamos buscando agasalhos, principalmente masculinos, recebemos sempre mais doações de roupas femininas, quando saímos à noite para fazer a entrega de cobertores, sopas e kit higiene eles sempre pedem a roupa de frio, agasalho, meias, toucas”, ressaltou Sheila.

As doações para o Rede Rua podem ser feitas por PIX (03221537/0001-70) ou na Rua Campo Sales, 88, Brás (segunda a sexta, das 9h às 16h), Rua Tabatinguera, 192, Centro (todos os dias, das 9h às 14h) e Rua Sampaio Moreira, 110 casa 9, Brás (segunda a sexta, das 9h às 16h).

Mais doações

Outro projeto que conta com a participação de servidores do Judiciário Federal é o Formigueiro, iniciativa impulsionada pelo servidor do TRT-2 Alexandre Zanella que reúne voluntários e, através de doações, busca amparar a população em situação de rua com distribuição de alimentos, roupas, cobertores e kits de higiene pessoal. As doações financeiras ao projeto podem ser feitas através de PIX (a chave é [email protected]), e também é possível fazer outras doações e buscar informações sobre o projeto pelo telefone (11) 97863-9142.

Também é possível fazer doações para o projeto Aurora Solidária, que assiste as comunidades Anchieta e Porto Velho, localizadas na Zona Sul de São Paulo. O projeto, que tem como uma das impulsionadoras a servidora do TRE Eveline Lima, ainda ministra aulas de reforço e oferece pontos de leitura para crianças. Mais recentemente, o projeto está montando uma cozinha para distribuição de alimentos e sala de computadores pra impulsionar atividades voltadas à geração de renda.

O projeto tem buscado doações de alimentos, livros, agasalhos e brinquedos, além da ajuda financeira. Para doações em dinheiro a chave PIX é 11973682488. Para saber mais sobre o projeto, como ajudar, doar materiais e ser voluntário entre em contato pelo e-mail [email protected].

O Sintrajud também faz doações e incentiva o apoio a projetos de solidariedade organizados pelo padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, ao Movimento Luta Popular, à ONG Mulheres da Luz, às aldeias indígenas de São Vicente e Bertioga, entre outros.

Se você é servidora ou servidor do Judiciário Federal no estado e participar de alguma iniciativa, publicamos abaixo os contatos dos colegas que já estão envolvidos nas ações em andamento. Se quiser indicar novos projetos nos quais confia, envie e-mail para <[email protected]> ou mensagem para o WhatsApp do Sintrajud (basta clicar aqui).

Rede Rua – Adriana Torres Onosaki (TRT-2) – (11) 99555-3535

Projeto Formigueiro – Alexandre Zanella (TRT-2) – (11) 98578-4432

Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis –Fernanda Martins (TRT-2) – (11) 98580-8920

Grupo de solidariedade entre trabalhadores- Fausta Fernandes (aposentada/JF) – (12) 99786-2217

Movimento Luta Popular- Raquel Morel Gonzaga (TRE) – (11) 98865-2045

 Aurora Solidária – Eveline Davi de Lima (TRE) – (11) 97368-2488

Fundo de Emergência para Sem-Teto – Henrique Sales Costa (TRT-2) – (11) 98989-1289

Aldeias indígenas de São Vicente e Bertioga –Adilson Rodrigues (JF/Santos) – (11) 99489-7594

 ONG Mulheres da Luz –  Bruna Santos (TRT-2) – (11) 97191-5746

* Texto atualizado em 29/06/2022, às 15h.

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